sábado, 9 de julho de 2011

"UNE"

8 de julho de 2011
Confira a programação do 52º Congresso Nacional da UNE


Debates, seminários, atos públicos e a presença do ministro da Educação, Fernando Haddad, são alguns dos destaques da programação do 52º CONUNE que acontece entre os dias 13 e 17 de julho em Goiânia

A União Nacional dos Estudantes (UNE) se prepara para realizar o seu maior e mais representativo fórum de discussão estudantil, o CONUNE que em sua 52ª edição ocorrerá em Goiânia, no centro oeste do país, de 13 a 17 de julho. Mais de 10 mil jovens de todo o Brasil e América Latina são aguardados para, juntos com outros estudantes, definirem os rumos do movimento estudantil para os próximos dois anos. As atividades se concentrarão na tradicional praça universitária de Goiânia, principalmente na PUC-GO e na UFG.

A abertura solene do 52º Congresso Nacional da UNE será marcada com uma homenagem aos 50 anos da “Cadeia da Legalidade”, que ocorreu em 1961 no Brasil, com grande participação do movimento estudantil, para garantir a posse do presidente João Goulart após a renúncia de Jânio Quadros e em meio ao grande turbilhão político que antecedeu a ditadura militar.
Dois personagens centrais desse episódio serão homenageados pela UNE na abertura do Congresso, então governador do Rio Grande do Sul Leonel Brizola, que comandou a resistência democrática pela posse de João Goulart, e o então presidente da UNE Aldo Arantes, que chegou a transferir a sede da entidade para Porto Alegre e liderou os estudantes nesse embate. Durante o ato, Brizola Neto, substituirá seu falecido avô.

Com o tema “Pensando nos desafios da educação no Brasil” o grande destaque da programação na quinta-feira (14) fica por conta do II Encontro Nacional do ProUni. Marcando este ano a concessão de mais de 1 milhão de bolsas para universitários de baixa renda desde o início do programa, em 2004, estudantes de todo o país que cursam a universidade a partir desse programa do governo federal discutirão as vantagens, problemas e desafios do programa com a participação do ministro da Educação, Fernando Haddad.

No mesmo dia às 14h, um ato político com o tema “Educação tem eu ser 10! 10% do PIB para educação!” ocupa a Praça Universitária. Representantes da CUT, CTB, MST entre outras forças do movimento social estarão reunidas com a UNE para reivindicar a principal pauta do movimento estudantil, a democratização do ensino no Brasil com a luta da destinação de 10% do PIB e 50 % da arrecadação com royalties do petróleo da camada Pré-sal para a educação.

Durante as atividades, em diversos momentos o Congresso da UNE pautará o Plano Nacional de Educação (PNE) através de debates sobre a questão do financiamento das universidades públicas, a democracia do acesso e permanência no ensino superior e a valorização dos profissionais da educação.

Os estudantes também se reunirão em um ato em defesa da Comissão da Verdade que tem o objetivo de esclarecer casos de violação de direitos humanos ocorridos no período da ditadura (1964-1985). No ato estará presente a presidente da comissão de Direitos Humanos da Câmara a deputada federal Manuela D´Ávila, e foram convidados para o ato o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso e a secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário.

UNE rumo aos 75 anos: novo site e selo comemorativoA maior e mais tradicional organização da juventude brasileira se prepara para alcançar seus três quartos de século. Em 2012, a UNE chegará aos 75 anos de lutas e participação decisiva no futuro do país. As comemorações já começam no 52º Congresso, em Goiânia, com o lançamento de uma campanha, do novo site da UNE, de um selo comemorativo para os 75 anos além de outros materiais especiais.
A história da UNE confunde-se com a do próprio Brasil no último século e no começo deste. Em um passado recente, participaram do movimento estudantil pessoas como a presidente Dilma Rousseff e o compositor Vinícius de Morais, como o ex-governador de São Paulo José Serra e o cineasta Cacá Diegues, como o religioso Frei Beto e o poeta Ferreira Gullar.
Ocupando as ruas e praças do Brasil, os estudantes combateram o nazi-facismo durante a segunda guerra mundial, lutaram pelo fim da ditadura do Estado Novo, pela defesa do patrimônio nacional com a campanha “O Petróleo é Nosso” e pelas reformas sociais durante os anos 60. Resistiram ao regime militar, sob pena de perseguições torturas e mortes, pintaram as caras nos anos 80 para reivindicar as Diretas Já e também pela campanha de impeachment do presidente Fernando Collor em 1992. Nos anos 90, lutaram contra o neoliberalismo e as privatizações. Atualmente, a UNE tem uma pauta diversificada de lutas que vai da democratização da universidade ao combate ao racismo e à homofobia dentro das instituições de ensino.
Eleições na UNEO processo para eleger a nova diretoria da UNE começa com a etapa estadual. O Diretório Central de Estudantes (DCE) de cada universidade promove a eleição dos delegados que vão representar as instituições no Congresso. Os representantes são eleitos pelos alunos, sendo que a cada dois mil estudantes é eleito um delegado. Caso a universidade não possua DCE, uma comissão de dez alunos é cadastrada  e, após a aprovação pela comissão responsável, a instituição pode eleger seus delegados.
Durante a etapa nacional, os delegados votam (em caráter secreto) durantes os últimos dois dias do evento nas chapas que se candidatarem à diretoria da UNE. A chapa vencedora indica o presidente e a quantidade de diretores proporcional ao número de votos obtidos. A chapa que obtiver a segunda maior votação faz a indicação do vice presidente e a que ficar em terceiro lugar indica a 3ª chamada.

Confira abaixo a programação completa do 52º CONUNE:
13 de julho - Quarta-feira
19h
– Cortejo e abertura do 52º Congresso Nacional da UNE
Tema: Os 50 anos da “Cadeia da Legalidade”
Homenageados: Aldo Arantes e Leonel Brizola

22h – Programação cultural


14 de julho - Quinta-feira 
09h 
– II Encontro Nacional de Estudantes do Prouni – “Pensando nos desafios da educação no Brasil”

12h – Almoço

14h – Ato político: “Educação tem que ser 10! 10% do PIB para educação!”

18h – Grupos de Discussão

1) As mulheres e o combate ao machismo

2) A UNE e o combate ao racismo

3) O movimento LGBT e combate à homofobia

4) Esporte universitário

5) A rede de cultura nas universidades

6) Comunicação das entidades estudantis

7) Movimento estudantil

8) Movimento estudantil

9) Movimento estudantil

10) Financiamento das entidades estudantis

11) A UNE e a luta pelos direitos Humanos

12) Assistência Estudantil

13) Projeto Rondon e extensão universitária

14) A UNE e a solidariedade internacional

22h – Programação cultural
15 de julho - Sexta-feira
09h
 – Seminário: Debatendo o Plano Nacional de Educação

Painel 1: Os desafios do Plano Nacional de Educação e o papel do Fórum Nacional de Educação

Painel 2: Democratização do acesso e permanência nas universidades

Painel 3: Autonomia e financiamento das universidades públicas

Painel 4: Regulamentação do ensino superior privado

Painel 5: Universidade, inovação tecnológica e política industrial

Painel 6: Valorização dos profissionais em educação no Brasil

Painel 7: Educação e cultura como projeto de extensão nas universidades
09h - 2ª Conferência Nacional de Juventude: Conferências Livres de Juventude
Conferência 1: Juventude, desenvolvimento e efetivação de direitos

Conferência 2: Juventude, saúde, esporte, lazer e tempo livre

Conferência 3: Juventude, educação e trabalho

Conferência 4: Juventude e o direito à banda larga

Conferência 5: As jovens mulheres transformando a universidade

Conferência 6: Juventude Negra conquistando direitos e desenvolvendo o Brasil

Conferência 7: Juventude e a luta contra a homofobia

12h – Almoço / Ato Político:
Ato em defesa da Comissão da Verdade: “Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça”

14h – Ciclo de debates
Painel 1: Os rumos do desenvolvimento econômico e social brasileiro

Painel 2: Soberania nacional e solidariedade internacional

Painel 3: Os impactos dos agrotóxicos no Brasil: uma ameaça à saúde pública e ao meio ambiente

Painel 4: Reforma urbana no Brasil de hoje

Painel 5: Construindo um Sistema Único de Saúde

Painel 6: Democratização dos meios de comunicação e marco regulatório da mídia no Brasil

Painel 7: Debatendo a política nacional de drogas

Painel 8: Esporte e desenvolvimento

Painel 9: Reforma Política e ampliação da democracia no Brasil

18h – Plenária final 52º CONUNE (votação das propostas consensuais)

22h – Programação cultural
16 de julho - Sábado
09h –
 Plenária final 52º CONUNE (votação das propostas divergentes)

12h – Almoço

14h – Plenária final 52º CONUNE (votação das propostas divergentes)

22h – Programação cultural
17 de julho - Domingo
09h 
– Plenária final 52º CONUNE (eleição da nova diretoria da União Nacional dos Estudantes)
 Da Redação

"UNE"

Não leve para a viagem suas dúvidas sobre o 52º Congresso da UNE. Deixe-as aqui!


Faltando poucos dias para o CONUNE é hora de acertar os últimos detalhes, arrumar a mochila e colocar o pé na estrada!

Mais de 10 mil estudantes de todo o Brasil e América Latina estão na contagem regressiva, contando os dias para colocar o pé na estrada e participar do 52º Congresso da UNE, que acontece entre os dias 13 e 17 de julho na cidade de Goiânia-GO. Sabendo disso, o EstudanteNet criou uma série especial com dicas e informações úteis para explicar tudo sobre o encontro e não deixar ninguém na mão.
O objetivo é esclarecer toda e qualquer dúvida sobre o Congresso, além de auxiliar com dicas e uma lista completa do que levar na mala, tudo isso para que você possa aproveitar o que de melhor a programação do Congresso da UNE tem para oferecer, da abertura até a plenária final.
Lembrando que para realizar um evento deste porte, meses antes a UNE e empresas parceiras começam a trabalhar na organização. Funcionários, além de diretores da entidade e voluntários trabalharam no encontro cuidando do credenciamento, comunicação, sistematização, logística, administração, alojamento, alimentação e transporte.
O que é o Congresso da UNE?O CONUNE, como é conhecido, é o maior encontro da juventude brasileira. Durante cinco dias, os delegados e observadores terão a oportunidade de debater e trocar opiniões sobre os rumos da entidade, elegendo a nova diretoria e o presidente, que estará à frente de uma das mais importantes e tradicionais organizações da sociedade civil brasileira no próximo biênio.  O congresso é também uma grande celebração da diversidade, coroado com atividades culturais, intervenções artísticas, trocas de costumes e tradições.
Onde será o CONUNE?A cidade de Goiânia, situada no coração do Brasil, será palco do 52ª Congresso da UNE. A cidade que já recebeu outras edições do encontro estudantil,é considerada uma das mais belas do país, centenas de praças com uma grande variedade de fauna e flora fazem parte do cenário com ruas limpas, arborizadas e iluminadas.
As atividades do encontro serão concentradas em torno da tradicional Praça Universitária da capital goiana, principalmente na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) e na Universidade Federal de Goiás (UFG). Construída em 1933 pelo arquiteto Attílio Corrêa Lima, o local é considerado um dos melhores lugares para contemplar o pôr-do-sol, além de ser bem arborizada e apresentar um museu de esculturas ao ar livre, com bares e bibliotecas ao redor.
Como faço a minha inscrição?Através deste link do site da UNE é possível realizar a sua inscrição. Basta preencher corretamente todo o formulário, imprimir o boleto gerado e efetuar o pagamento em qualquer agência bancária. Isso já garante a participação. Mas vale lembrar: guarde o comprovante de pagamento, pois o documento será solicitado quando você for retirar o seu crachá, no ato do credenciamento, em Goiânia.

Qual o valor?Para quem se inscrever até o dia 30 de junho os valores serão R$ 50,00 para delegados e R$100,00 para observadores, quem deixar para a primeira semana de julho o valor será R$75,00 para delegados e R$150,00 para observadores. Após o dia 08 de julho as inscrições pela internet serão encerradas.
A inscrição inclui alojamento, alimentação (café da manhã, almoço e jantar) e acesso a todos os debates, seminários e shows. Caso necessário, o transporte para a locomoção da programação do evento estará garantido.
É possível pagar a inscrição no ato do credenciamento em dinheiro, diretamente no guichê, em Goiânia. Os valores alteram para R$100,00 - delegados e R$200,00 – observadores.
Qual a diferença entre delegado e observador?Delegado é o participante que foi eleito em sua faculdade pelos estudantes através do DCE ou comissão eleitoral, possuindo direito de voto nas plenárias. Observador é o participante que irá apenas assistir ao Congresso.

Como funciona o credenciamento?O primeiro passo ao chegar em Goiânia é se dirigir ao credenciamento e apresentar o boleto de pagamento. De lá, o estudante já sai com seu crachá, que dará acesso livre a todas as atividades do CONUNE. Os goianienses que participarem do Congresso pagam os mesmos valores e tem exatamente, os mesmos direitos.
Como será distribuída a alimentação?A alimentação é garantida através do Restaurante Universitário que servirá mais de 30 mil refeições entre café da manhã, almoço e jantar. É importante ressaltar que no ato do credenciamento, os estudantes recebem um voucher com os tickets de alimentação. Exclusivamente através da entrega deste ticket será servida à refeição, portanto guarde-os com cuidado.
Aonde serão os alojamentos?Os alojamentos são salas de aula concedidas pelas universidades, por isso é importante levar uma barraca para manter a sua individualidade e a organização do ambiente. Como mais de 10 mil estudantes participaram do encontro, cada alojamento terá um prefeito que ficará responsável por todo e qualquer assunto referente à área.
Sem dúvidas é um dos melhores lugares para interagir e conhecer outros participantes. É importante dizer que a UNE, apesar de disponibilizar seguranças em todos os alojamentos, não se responsabiliza por perda ou furto de objetos pessoais. Portanto, leve também um cadeado para trancar sua mala ou mochila. Mantenha sua bolsa fechada e fique atento, pois milhares de pessoas circulam nos alojamentos diariamente.

Como encontro uma caravana?As UEEs (Uniões Estaduais dos Estudantes) e os DCEs (Diretórios Centrais dos Estudantes) e DAs (Diretórios Acadêmicos) são as responsáveis pela organização das caravanas. A dica é ficar atento e procurar a entidade estudantil de seu estado ou da sua universidade o quanto antes. Você também pode verificar com a comissão de alunos que promoveu (ou está promovendo) eleições para estudantes-delegados em sua universidade.
Uma boa forma de mobilizar é utilizar as redes sociais da UNE, que agrega estudantes de diversas localidades do país. Além de fazer amizades você pode descolar um lugar no ônibus!
Como será a programação do Congresso?A programação do CONUNE inclui debates, painéis, plenárias, atos públicos, passeatas e diversas atividades culturais.
Especialistas de diversas áreas são convidados para participar dos debates que acontecem durante o Congresso e escolhe com muito rigor as atrações musicais que irão agitar a noite dos estudantes.
Neste ano, a programação do 52º Congresso da UNE inclui ainda o 2º Encontro Nacional de ProUnistas. Com o aumento de adesão ao programa e a crescente democratização do ensino superior por meio de outras políticas de acesso, o movimento estudantil quer aproveitar a reunião das suas principais lideranças para debater com os estudantes de todo o país as demandas, pontos positivos, críticas e sugestões.
Posso ajudar como voluntário?A UNE está selecionando voluntários para auxiliar na área da comunicação e realizar a cobertura das diferentes atividades promovidas durante o 52º CONUNE. Para se candidatar, é necessário enviar um email paraimprensa@une.org.br indicando nome, telefone, instituição de ensino, anexando uma cópia do currículo.
Qual é a média de temperatura em Goiânia nesta época do ano?O clima em Goiânia é tropical semi-úmido. A temperatura média no mês considerado o mais frio, julho, é de 13,2°C (mínima) e 29,0°C (máxima).
Como me localizar por lá?Aproveite as facilidades da internet e realize um passeio virtual pelos arredores da Praça Universitária de Goiânia. Acesse o mapa

O que levar?Preparamos uma lista com objetos importantes que não podem faltar na sua bagagem.
- Barraca
- Colchonete e travesseiro
- Kit de primeiros socorros (com remédios que você utiliza normalmente)
- Capa de chuva
- Cantil ou squeeze para água
- Sacos e sacolas plásticas (para lixo e para guardar roupas e calçados sujos)
- Fósforos e um isqueiro
- Filtro solar
- Cadeados pequenos (para a barraca e a mochila)
- Caneca de plástico
- Shampoo
- Condicionador
- Sabonete e esponja
- Pasta de dente
- Escova de dente
- Fio dental
- Pente ou escova de cabelo
- Toalha de banho
- Toalhinha pequena
- Papel higiênico
- Absorventes
- Elásticos de cabelo
- Um pouco de sabão em pó ou um pedaço de sabão em barra
- Leve roupas apropriadas para o inverno.
- Saco de dormir
- Isolante térmico, um pedaço de plástico de bolinhas ou folhas de jornal para impedir que a umidade que vem do solo atinja a sua "cama" e penetre pelas costas
- Máquina fotográfica
- Caderninho de anotações e caneta
- Repelente de insetos
- Óculos de sol
- Livro
- Baralho (para o bom e velho truco)
Serviço:
O quê?
 52º Congresso da UNE
Quando? De 13 a 17 de julho
Onde?  Goiânia – GO
Quanto? Custo para delegados e suplentes: R$ 50,00 (mês de junho) / R$ 75,00 (mês de julho) / R$ 100,00 (no Congresso). Custo para observadores: R$ 100,00 (mês de junho) / R$ 150 (mês de julho) / R$ 200,00 (no Congresso).

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Diretoria da UNE faz balanço da gestão


Sex, 08/07/11 13h00
Rumo ao 52º CONUNE, entidade relembra conquistas como a Jornada de Lutas, a PEC da Juventude e o lançamento da pedra fundamental com Lula na nova sede.
De malas prontas para o 52º CONUNE, os estudantes de todo o Brasil se preparam para o maior fórum de deliberações do movimento estudantil do país, que acontece entre os dias 13 e 17 de julho, em Goiânia. Além de definir a nova diretoria que estará à frente da UNE nos próximos dois anos, o congresso também promoverá discussões sobre temas importantes para os estudantes como educação e política.

Nos preparativos para esse grande evento, o site oficial da UNE preparou um balanço. Confira a seguir imagens, vídeos, entrevistas, depoimentos e reportagens com os momentos mais marcantes da última gestão da entidade, suas lutas e bandeiras defendidas.

51º Congresso da UNE
No âmbito da política nacional, Brasília, a UNE realizou entre 15 e 19 de julho de 2009 o 51º Congresso Nacional da entidade que reuniu cerca de 10 mil estudantes, entre eles 5 mil delegados com direito a voto, eleitos em 92% das instituições de ensino superior do Brasil.

Eleito com 71,8% dos votos pela chapa "Avançar nas mudanças", Augusto Chagas recebeu de Lúcia Stumpf a missão de presidir a maior e mais representativa entidade social do país. Militante estudantil desde os 19 anos, quando cursava Sistemas de Informação na Universidade Estadual de São Paulo (UNESP), de Rio Claro, Augusto foi convidado por uma amiga estudante de pedagogia a integrar a chapa que concorria ao Diretório Acadêmico da universidade.

A chapa que tinha Chagas como presidente foi vitoriosa naquele ano (2001). No ano seguinte, presidiu o DA da UNESP/Fatec. Anos depois, foi eleito presidente da União Estadual dos Estudantes de São Paulo por duas vezes (2005-2007, 2007-2009). Em 11 de agosto de 2009 tomou posse, dia do estudante e aniversário de 72 anos da entidade.

A nova diretoria ganhou diversos desafios firmados durante o Congresso, entre eles a luta pela ampliação dos direitos do povo e dos programas sociais, o fortalecimento do Estado nacional e a batalha pela diversificação cada vez maior das atividades do movimento estudantil, porém a mais importante era a democratização do ensino. A luta pela garantia da destinação de 10% PIB e 50 % da arrecadação com royalties do petróleo da camada Pré-sal para a educação se tornou a principal bandeira de luta da entidade.

Caso Uniban
Um assunto que ganhou força na imprensa brasileira e marcou a mobilização do movimento estudantil foi o ato da entidade contra a expulsão da estudante de turismo Geisy Arruda da Universidade Bandeirantes (Uniban) em São Paulo. Em 22 de outubro de 2009, usando um vestido curto a jovem foi ameaçada por outros alunos e precisou de escolta policial para deixar a universidade.

Com a palavra de ordem, “A nossa luta é por respeito, mulher não é só bunda e peito”, a manifestação começou pedindo a reintegração de Geisy à faculdade e terminou comemorando o recuo da reitoria na expulsão da estudante. Discursando no ato, o presidente da UNE Augusto Chagas, condenou a ação da Uniban, denunciando também a falta de democracia e de espaço para a participação dos estudantes na universidade que proíbe a construção de centros acadêmicos e impede a entrada de lideranças de entidades estudantis na instituição.

UNE no Haiti
Após o terremoto de 12 de janeiro de 2010, que deixou milhares de mortos e desabrigados em situação calamitosa em Porto Príncipe, no Haiti, o diretor de Relações Internacionais da UNE, Daniel Iliescu se integrou a comitiva brasileira de ajuda ao país caribenho.

Enormes filas de haitianos à espera de comida e água, grandes aglomerações pessoas em torno das embaixadas e nas ruas, e pessoas caminhando longas distâncias com cestas ou baldes d’água na cabeça, foram algumas das cenas relatadas pelo diretor da entidade.

A União Nacional dos Estudantes mobilizou o envio de alunos universitários concluintes de diversos cursos, entre eles medicina, enfermagem, engenharia, arquitetura, agronomia e outros para passarem um período de três ou seis meses colaborando na reconstrução do país, além de intercambiar conhecimento com os estudantes haitianos que viveram com o drama. Várias escolas e universidades do país foram destruídas com a tragédia.

58º Conselho Nacional de Entidades Gerais da UNE
Entre os dias 22 e 25 de abril de 2010, um dos principais fóruns de discussão do movimento estudantil brasileiro, o CONEG reuniu em sua 58ª edição mais de 500 lideranças estudantis de todo o Brasil na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para discutir e elaborar uma plataforma política a ser apresentada ao conjunto da sociedade.

A plenária final realizada na sede da entidade, Praia do Flamengo, 132 aprovou o Projeto Brasil. Documento que atualizou a opinião da entidade sobre temas como educação, desenvolvimento econômico e social, cultura, esportes, saúde, comunicação, meio-ambiente, democracia, entre outros. Ele subsidiou o debate de ideias da entidade sobre as eleições presidenciais.

Conferência Nacional de Educação
Mobilizados por uma educação com qualidade, 2 mil delegados de diversos movimentos, vindos de todos os lugares do país, levaram sugestões e conceitos para a Conferência Nacional de Educação (CONAE) realizada entre os dias 28 de março e 1º de abril de 2010 no auditório principal do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.

Após uma reunião com toda a diretoria plena da entidade, a UNE definiu sua plataforma de reivindicações a serem defendidas no encontro. Estudantes e educadores entoaram, em uma só voz, o grito de guerra durante a plenária final: “Sou brasileiro, não abro mão, quero o pré-sal para a educação".

A aprovação, dentro do Plano Nacional de Educação (PNE), da emenda que destina 50% do Fundo Social do Pré-sal para a Educação foi uma grande vitória para o movimento estudantil, determinando ainda que, dos recursos obtidos, 70% devem ser investidos na educação básica, e o restante no ensino superior e educação profissional.

1º Seminário de Direitos Humanos da UNE
Como uma das principais entidades do movimento social brasileiro, a UNE realizou entre os dias 6 e 7 de maio de 2010, o 1° Seminário de Direitos Humanos da entidade no auditório da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Cerca de 200 estudantes estiveram presentes nos debates que sob a ótica do movimento estudantil abordou a construção de um novo papel para a juventude na consolidação dos direitos humanos.

Entre os assuntos tratados estavam o PNDH-3 (3º Plano Nacional de Direitos Humanos) e sua importância no país; violência, segurança pública e direitos humanos; movimento estudantil e seu histórico de luta no Brasil, e a Comissão Nacional da Verdade.

Assembléia Nacional da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS)
Em 31 de maio de 2010, a participando Assembléia Nacional da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), a União Nacional dos Estudantes junto com outras mais 12 entidades que compõe a base, participou da construção de um documento histórico com a unidade da plataforma política dos ideais do conjunto da sociedade civil.

Além de chegar às mãos dos presidenciáveis, o Projeto Nacional e Popular dos Movimentos Sociais foi apresentado na base dos sindicatos, na militância, e circulou por todos os movimentos populares de diversas localidades do país.

Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat)
Na participação histórica no maior encontro social do país no dia 1º de junho de 2010, a UNE pôde expor suas reivindicações e expectativas na Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat). Coordenado pelas centrais sindicais CGTB, CTB, CUT, Força Sindical, NCST, a atividade discutiu e deliberou um projeto nacional de desenvolvimento para o país.

O documento do encontro com propostas debatidas pelas maiores forças sociais do país para o próximo governo foram entregues a todos os candidatos à presidência.

Entrega da Plataforma UNE pelo Brasil (Eleições 2010)
Estudantes de todo o país se reuniram no final de abril de 2010 durante o 58º CONEG da UNE para uma série de debates. Entre eles uma pauta especial: eleições. O objetivo do encontro foi elaborar e definir a plataforma política da entidade para os próximos períodos.

Construída com muita unidade, a proposta final, aprovada pelos mais de 500 delegados presentes, reafirmou a independência da União Nacional dos Estudantes diante do processo eleitoral, não declarando apoio a nenhum candidato.

O documento elaborado em formato de cartilha traçou linhas estratégicas para o desenvolvimento do país na visão dos estudantes e foi entregue os principais candidatos à presidência da república e governadores dos estados.

Fundo de Financiamento Estudantil (Fies)
Após intensas mobilizações do movimento estudantil, uma grande conquista foi anunciada em Brasília no dia 20 de outubro de 2010 pelo então presidente Luís Inácio Lula da Silva . O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) não tem mais a exigência de fiador para alunos de baixa renda ou de cursos de licenciatura. A figura do fiador foi substituída pelo Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo (FGEDUC) – mantido pelo Tesouro Nacional e pelas instituições de ensino que quiserem aderir ao projeto.

O presidente da União Nacional dos Estudantes, Augusto Chagas, presente no anúncio em Brasília, comemorou a conquista que permitiu a entrada de milhares de jovens na universidade.

Ato formandos de medicina (ProUni)
Um marco da luta contra a exclusão foi a conferência realizada no dia 30 de maio de 2010, em Brasília, aos primeiros formandos de medicina beneficiados pelo ProUni. O programa que surgiu em 2004, com a proposta revolucionária de ampliar o acesso ao ensino superior, dando mais oportunidades aos estudantes de baixa renda é uma das conquistas da UNE.

Presente na cerimônia de abertura, o presidente da UNE, Augusto Chagas, apontou a importância do programa e a vitória da entidade em ajudar a formar jovens que serão os primeiros de toda a sua família a terem acesso ao ensino superior.

Jornada Nacional de Lutas 2010/2011
A Jornada Nacional de Lutas, organizada pela UNE, UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) e ANPG (Associação Nacional dos Pós Graduandos) ocorre anualmente em homenagem ao estudante secundarista Edson Luis. Paraense radicado no Rio de Janeiro, Edson foi morto pela ditadura militar com um tiro no peito dia 28 de março de 1968 quando protestava no restaurante universitário Calabouço contra o aumento no preço da refeição. Todos os anos os estudantes promovem série de intervenções em diversas regiões do país para apresentar suas reivindicações e dialogar com os setores da sociedade.

Durante esta gestão, as bandeiras regionais de cada localidade, como a luta pela melhoria do transporte público e mais investimentos na educação municipal e estadual foram levantadas. Porém a preocupação com o financiamento da educação pública no Brasil e luta pela democratização do acesso ao ensino em todos os níveis foi a defesa incondicional do movimento estudantil que foi às ruas pedir por 10% do PIB e 50% do fundo social do Pré-sal para a educação.

PEC da Juventude
A noite do dia 7 de julho de 2010 marcou uma nova página na história brasileira e uma das maiores vitórias desta gestão com a aprovação do Projeto de Emenda Constitucional 42/2008, mais conhecida como a PEC da Juventude. Para entender o valor deste ato é importante lembrar que a Constituição Brasileira de 1988 foi o mais amplo conjunto de direitos que o Brasil já conheceu. Mas nessa Carta uma importante parcela da população não estava contemplada: os jovens. A PEC garantiu justamente isso, os interesses da juventude ao modificar o artigo 227, incluindo a menção ao “jovem”.

O Senado Federal aprovou a PEC por unanimidade, com 52 votos favoráveis.  Com a inclusão do “jovem” na Constituição os senadores garantiram reais direitos à juventude. Direitos que já eram assegurados à criança, adolescente e ao idoso.  A União Nacional dos Estudantes defendeu a proposta desde o início, e fez parte inclusive da comissão que a debateu no parlamento com a participação decisiva da diretora de Relações Institucionais da UNE, Marcela Rodrigues, que coordenou o grupo.

Ato de lançamento da pedra fundamental da nova sede da UNE
No dia 20 de dezembro de 2010, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou o terreno da antiga sede da UNE e da UBES, na Praia do Flamengo, 132, no Rio de Janeiro. Acompanhado pelo governador do estado Sérgio Cabral e do prefeito Eduardo Paes, o então presidente participou do ato de lançamento da pedra fundamental que deu início à construção do novo prédio das entidades estudantis.

O espaço abrigou o prédio da UNE e UBES até 1964, quando foi invadido e incendiado pela ditadura, sendo posteriormente derrubado. Em 2007, os estudantes recuperaram o terreno.

O Congresso Nacional aprovou por unanimidade uma lei indenizando as entidades estudantis pela perseguição sofrida. Os R$ 44 milhões da indenização servirão para financiar a construção do projeto doado da nova sede, pelos traços de um dos maiores arquitetos do mundo, Oscar Niemeyer que aos 103 anos participou do ato.

Festival Juventude na África

O 17º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes, cujo tema foi “Por um mundo de paz, solidariedade e transformações sociais, derrotemos o imperialismo”, reuniu cerca de 15 mil delegados de mais de 140 países entre os dias 13 e 21 de dezembro de 2010. Representantes da UNE, entre eles o diretor de Relações Internacionais da entidade, Daniel Iliescu estiveram presentes na cidade de Pretória na África do Sul para discutir e debater a realidade dos estudantes de outras nacionalidades.

Organizado pela Federação Mundial das Juventudes Democráticas (FMJD), a maior reunião de lideranças juvenis de todo mundo homenageou dois líderes com histórico de grande relevância revolucionária: Fidel Castro e Nelson Mandela.

13º Conselho Nacional de Entidades de Base (CONEB)
Durante os dias 14 a 17 de janeiro de 2001, cerca de três mil jovens das regiões mais longínquas do país se reuniram na cidade do Rio de Janeiro para o 13º CONEB da UNE, um dos fóruns mais importantes do movimento estudantil, atividade integrada à 7ª Bienal da UNE.

Na ocasião, CAs e DAs de todo o Brasil debateram o Plano Nacional de Educação (PNE) com diversos debates. Durante a plenária final do evento, que aconteceu no Ginásio do Maracananzinho, foram aprovadas as agendas e bandeiras das mobilizações para a Jornada Nacional de Lutas 2011.

7ª Bienal da UNE
Dando início à série de grandes eventos que o Rio de Janeiro sediará nesta década – incluindo a Copa 2014 e as Olimpíadas de 2016 - a 7ª Bienal da UNE reuniu cerca de 10 mil pessoas entre os dias 18 a 23 de janeiro de 2011 na cidade carioca. Em seis dias de programação o evento levou aos estudantes atividades culturais, científicas e esportivas espalhadas por diversos espaços da capital carioca.

A principal parte da Bienal ficou concentrada no Aterro do Flamengo, imenso complexo de lazer com projeto paisagístico de Burle Marx, e na Lapa, reduto histórico da boêmia cultural e festiva, marca característica do Rio.

Com o tema “Brasil no estandarte, o samba é meu combate”, a 7ª edição do maior encontro cultural estudantil do país privilegiou o samba como elemento icônico da brasilidade, buscando, para além da sua história musical, entender como se apresenta nas dimensões sociais, críticas e estéticas da nação. Grandes nomes das artes brasileiras como Martinho da Vila, Marcelo, D2, Elza Soares, Leci Brandão e Beth Carvalho, a madrinha do evento, participaram da Bienal.

59º Conselho Nacional de Entidades Gerais (CONEG)
Com o tema "Educação tem que ser 10 - Por um Plano Nacional de Educação (PNE) a Serviço do Brasil", jovens de todo o Brasil se reuniram entre os dias 9 e 10 de abril de 2011 em São Paulo para participarem do 59º Conselho Nacional de Entidades Gerais (CONEG) . O encontro serviu para discutir e elaborar uma plataforma política a ser apresentada ao conjunto da sociedade em defesa dos 10% do PIB e 50% do fundo social do Pré-sal para a educação.

Entidades representativas de Instituições de Ensino Superior (IES) de todos os Estados e do Distrito Federal (DCEs, UEEs e entidades municipais) e também, das Executivas e Federações Nacionais de Curso, devidamente credenciadas participaram do encontro que contou com a ilustre presença do ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim.

Como parte da programação, foi realizado o I Seminário de Assistência Estudantil que analisou as questões relacionadas às políticas assistenciais, como bolsa permanência, restaurante universitário, estágios, residência, transporte, entre outros. Ao final do Conselho foi convocado 52º Congresso da UNE, quando representantes de universidades de todo o Brasil se encontram para eleger a nova diretoria e presidência da entidade.

Diretoria de Mulheres
Promovendo etapas estaduais de discussões, a diretoria de mulheres da UNE  trabalhou durante toda  a gestão  pautando as dificuldades locais afim de erradicar as praticas machistas dentro das universidades e reafirmando a defesa da legalização do aborto, como uma importante luta das mulheres.

Com espaço também nos principais fóruns de discussão  da entidade como o CONEB e o CONEG a pasta se mobilizou e organizou o  4º Encontro de Mulheres Estudantes da UNE  (EME) que reuniu entre os dias 21 e 24 de abril de 2011 mais de 700 estudantes de todo o Brasil na Universidade Federal da Bahia (UFBA), campus Ondina em Salvador.  Com a temática “Ô abre alas que as mulheres vão passar”, o 4º EME tratou das históricas bandeiras de luta do movimento estudantil tendo como enfoque as mulheres estudantes.

Durante os quatro dias de encontro, temas como assistência na universidade, aborto e a inserção das mulheres na política foram debatidos. O público feminino presente no evento reafirmou a atualidade da luta das mulheres e o compromisso pela superação do patriarcado, do machismo, do racismo, homofobia e lutando pela garantia de autonomia e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Diretoria de Combate ao Racismo
Com o avanço da democratização do ensino com as práticas de cotas para estudantes negros e negras nas universidades a diretoria de Combate ao Racismo da UNE,  alcançou um novo desafio. A luta pelo fim do racismo promovendo a igualdade dentro das salas de aulas deu lugar também a discussão não apenas ao acesso mas a permanência destes estudantes no ensino superior brasileiro.

Fóruns de deliberação estudantis da UNE, como o CONEB e o CONEG deram espaço para os estudantes pautarem as perspectivas da educação para a população negra, o que resultou na mobilização do III Encontro de Negros, Negras e Cotistas da UNE (ENUNE).

Cerca de 700 estudantes de todo o Brasil se reuniram entre os dias 20 e 22 de maio de 2011, na Escola de Arquitetura no Campus Federação da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador para discutir a questão social dentro das instituições de ensino. O encontro conseguiu agregar estudantes que nunca tiveram a oportunidade de discutir uma trajetória sustentável de formação. Entre as propostas aprovadas no encontro está a importância de investir em espaços institucionais para a consolidação dos programas, como a criação de observatórios das ações afirmativas.

Diretoria LGBT
Atuando diretamente na ação contra o preconceito nas universidades, a diretoria LGBT da entidade realizou durante toda sua gestão debates e eventos dentro das salas de aula através da campanha “Combate à homofobia: essa luta nos UNE”.

Como de tradição todos os anos, as entidades estudantis marcam presença na Parada do Orgulho LGBT, engrossando o coro na luta contra a homofobia no Brasil. Nesta gestão não foi diferente.  Dirigindo a pasta dentro da instituição, Denílson Júnior e a segunda diretora LGBT da UNE, Ridina Mota, estiveram presente nas duas edições do evento, contribuindo para a luta contra a homofobia e levando a causa da entidade para mais de três milhões de pessoas.

Outro ato importante foi a participação ativa da UNE na construção da 1ª e 2ª Marcha Nacional Contra a Homofobia e do VII e VIII Seminário “Direitos Humanos de LGBT: Cenários e Perspectivas”. Organizados pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), a UNE esteve presente mobilizando o movimento estudantil com a participação do presidente da entidade Augusto Chagas em busca de uma sociedade igualitária.

Por Estudantenet.

"UNE"

DCE da UnB desmente revista Veja
Sex, 08/07/11 11h00
Estudantes publicam carta questionando reportagem da semanal. 
 
"A Universidade de Brasília nasce com uma função clara, fundamentar uma utopia: ordenar, concatenar as ações, para fazer frente ao espontaneísmo fatalista e, sobretudo, para impedir que os oportunistas façam prevalecer propósitos mesquinhos. (…) Pensaremos o Brasil como problema, nosso país não precisa de mais uma universidade conivente com a miséria de nosso povo."
Darcy Ribeiro - Universidade para quê?

A UnB está longe de ser a universidade que queremos! Quando idealizada por Darcy Ribeiro, nos anos 60, a Universidade de Brasília simbolizava o que havia de mais libertário e transformador na educação brasileira. Muito antes de se concretizar, porém, o sonho foi interrompido pela Ditatura Militar.

Hoje, julho de 2011, chega a ser surpreendente que um professor conhecido por defender em sala de aula a "gloriosa revolução de 64", Ronaldo Poletti, seja fonte privilegiada de uma reportagem sobre suposto "patrulhamento ideológico" e perseguição política no ambiente acadêmico. A dita reportagem "Madraçal do Planalto", da edição de 04 de julho de 2011 da revista Veja, recorre ao termo normalmente utilizado para se referir a escolas fundamentalistas radicais islâmicas para inventar uma UnB baseada em rumores e suposições.

A mesma revista que, em 2005, elogiou o protagonismo do movimento estudantil ao combater Severino Cavalcanti, hoje define como manobra política ilegal a eleição de uma reitoria de forma paritária (com pesos iguais para professores, estudantes e técnicos-administrativos). Esquece que a "manobra" foi aprovada em conselho de maioria docente, composto pelas direções de todas as faculdades e institutos, eleitas autonomamente, como prevê a arcaica Lei de Diretrizes e Bases (LDB) .

Mais grave ainda, a revista parece ignorar que a paridade foi uma conquista política do movimento estudantil de 2008, quando derrubamos uma reitoria corrupta, cujos contratos e movimentações ainda hoje são investigados pelo Ministério Público da União. Em vez disso, a Veja atribui a ida do ex-professor da UnB, decano da antiga reitoria no período Timothy e ex-diretor da polêmica Finatec, Márcio Pimentel, para o Rio Grande do Sul, a uma suposta perseguição política.

A revista, que se diz ferrenha defensora do combate à corrupção, tenta transformar investigados em vítimas. Atitude esperada da mesma publicação que, em 2009, identificou o ex-governador do DF, José Roberto Arruda, como símbolo da volta por cima. Não esperamos nada diferente desta revista, mas é necessário repudiar o falso rótulo da imparcialidade adotado, formador de opinião de parcela considerável de nossa população, cujo acesso a meios de comunicação plurais é extremamente restrito.

O desconhecimento do repórter Gustavo Ribeiro, graduado pela Universidade Católica de Brasília, sobre a realidade da UnB é certamente um dos problemas na elaboração da matéria. É possível que ele ignore o fato de que diferente das instituições privadas, onde as direções são indicadas pelos proprietários, nas universidades públicas federais as coordenações dos cursos são eleitas diretamente por seus estudantes, professores e técnicos-administrativos. Tal ignorância e má-interpretação dos fatos o impedem de perceber que a saída da professora Inês Maria Pires de Almeida da direção da Faculdade de Educação, por exemplo, se deu por uma votação legítima e democrática da comunidade que escolheu outro modelo de gestão.

Aliás, fatos concretos são raros nesse texto supostamente jornalístico. É citado um caso de vandalismo contra o carro da advogada do DEM e mestre pela UnB, Roberta Kaufman. Algo que, se de fato tivesse sido praticado, de forma alguma mereceria nosso apoio. Muito pelo contrário. No entanto, qual a real possibilidade de uma advogada de tamanha influência ter sido agredida desta forma sem prestar sequer uma denúncia? É possível acreditar que tal ocorrido passaria em branco justo na "Universidade das Cotas"? Sem nenhuma divulgação midiática? O mínimo a ser feito pelo repórter era uma checagem dos fatos e o fornecimento de informações mais precisas. Em vez disso, ele optou por dar voz a professores "com medo de represálias", offs no mínimo estratégicos.

Para justificar a saída do professor voluntário da Faculdade de Direito, Ibsen Noronha, o repórter apostou em uma retaliação fantasiosa. O fato de que o jurista se recusou a adequar-se ao regime de professor substituto, com dedicação de 40 horas à Universidade, como é exigido dos demais professores, foi estrategicamente ignorado. Assim como o fato de que foi oferecida e recusada pelo professor a condução de outras disciplinas.

Em uma sucessão de mentiras, o texto nada jornalístico da revista Veja se constrói. Antes fosse a UnB um antro da esquerda! Fato é que as mínimas conquistas obtidas pelo movimento estudantil dos últimos anos estão cada vez mais ameaçadas. O Congresso Estatuinte Paritário, prometido em 2008, onde deveriam ser discutidos de maneira aprofundada o funcionamento e a função da universidade, aparece cada vez mais distante. O projeto de uma gestão compartilhada está longe de sair do papel como prometido.

O que temos é uma reitoria que cada vez mais cede às pressões de uma direita organizada. Que aprova o recredenciamento de fundações privadas corruptas em sua prática e essência, como a Finatec. Que ao mínimo estardalhaço, diz que festas atrapalham o aprendizado. Que está longe de priorizar a assistência estudantil, o acesso e permanência de estudantes de baixa-renda, no ambiente elitizado que é a universidade pública brasileira. Que ainda reserva à prática extensionista o lado mais fraco do tripé "ensino-pesquisa-extensão" e é conivente com a existência de cursos pagos, dentro de uma instituição que deveria ser 100% gratuita.

No entanto, apesar das naturais divergências do movimento estudantil com a administração superior da universidade, reconhecemos que hoje a universidade vive um ambiente mais democrático, quando comparado a outros momentos de sua história. A própria foto de abertura da matéria utilizada pela revista é de uma manifestação estudantil contrária à reitoria, onde era cobrado o cumprimento de prazos e promessas não cumpridos, referente à conclusão das obras de expansão da Universidade.

Na Universidade, sempre tivemos espaço para nos manifestar. Fosse contra a reitoria ou o governo federal, como na ocasião do corte orçamentário para a educação e na priorização da construção de um Beijódromo, frente a salas de aula e prédios de moradia estudantil. O movimento estudantil da UnB segue livre e independente em defesa dos interesses dos estudantes, da universidade e da democracia. Certamente não é o caso da revista, que não entrevista nenhum estudante ou técnico-administrativo, deixando clara a visão de democracia que defende o veículo.

Temos muitos problemas na UnB e nas universidades brasileiras em geral,  mas somente com mais debates e democracia conseguiremos resolvê-los. Quando nossa universidade é criticada por sua diversidade étnica, racial, sexual, cultural e política, ou por funcionar “em prol de uma causa” - a formação de cidadãs e cidadãos conscientes, emancipados e transformadores - só nos resta ter orgulho. Orgulho da UnB!

Diretório Central dos Estudantes da UnB Honestino Guimarães