quinta-feira, 28 de abril de 2011

"Grêmios DF"

Seja a mudança que você deseja ver no mundo.







Através deste texto, venho externar, ainda que sutilmente, um pouco da história da reconstrução do grêmio estudantil do Centro de Ensino Médio Elefante Branco - CEMEB, palco de resistência à ditadura militar.

Qualquer estudante que ama a história daqueles que combateram a ditadura e acredita na força da democracia, antes de estudar no Elefante, conhece bem a força combativa da nossa escola através do movimento estudantil. Quando vim estudar aqui, sonhava estudar numa escola que nos desse espaço para desenvolver nossa criatividade e nosso senso crítico, algo que sempre busquei fortalecer durante algum tempo da minha vida.

Porém, quando cheguei no CEMEB, percebi que a realidade não era bem assim. Laboratórios, que antes funcionavam a todo vapor, com professores qualificados e bem remunerados, estavam fechados, fazendo companhia ao piso desgastado e à falta de material para o trabalho didático dos professores. Estava bem clara a deterioração da estrutura da escola. Mas a coisa não parava por aí. Faltava uma coisa muito importante também: democracia. Os estudantes não participavam da vida escolar, não tinham sua opinião respeitada e, como consequência, se sentiam alheios. É como em uma aula que a gente só escuta o que o professor fala e não participa: a aula se torna desinteressante, massiva, e parece que a gente está lá forçado, não é mesmo? Bem, numa escola sem democracia, como se encontrava o Elefante, até então, não era diferente. Os estudantes se viam desinteressados, queriam ficar em casa e achavam chato tudo o que tinha na escola. A partir de então, passamos a questionar essa realidade e, através de conversas nos corredores da escola com colegas, percebemos que muitos viam a necessidade de que os estudantes participassem mais das decisões.
           Para transformar qualquer realidade, é necessária a organização daqueles que a querem transformar. Sabíamos que escola não estava naquele estado porque o governo não tinha recursos, ou porque simplesmente os alunos não queriam estudar. Percebemos que, para além do problema da pouca preocupação com o investimento na educação pública, havia também pouca preocupação dos gestores no fomento da democracia dentro da escola. Conheci, pouco a pouco, aqueles que pensavam como eu e tivemos a ideia de formar um grêmio estudantil, no sentido de organizar os estudantes em torno da luta por mudanças. Não vou dizer que a priori foi fácil. Muito pelo contrário. Estava claro que a ditadura ainda tinha deixado algumas heranças e que nós teríamos que enfrentá-las.           A primeira dificuldade veio quando tentamos fazer a eleição do grêmio. A direção que estava no “comando” da escola, naquela época, não queria de forma alguma que os estudantes se organizassem, achando que faríamos da escola um caos. Nós dissemos não a este preconceito e fomos à luta para organizar o tão desejado grêmio estudantil e, mesmo com algumas dificuldades, conseguimos eleger a nossa chapa, que era única.
           Logo, a escola foi tomada por uma efervescência há muito tempo não vista. Entrávamos na sala de aula falando da necessidade da participação dos estudantes e incentivando-os a participarem de passeatas e manifestações que reivindicavam mais investimentos em educação. Falávamos de Honestino Guimarães, ex-líder estudantil morto durante a ditadura militar e que estudou na nossa escola. Falávamos, veementemente, da necessidade da democracia, como meio de construir um mundo diferente.
           Algumas vezes ficávamos desanimados, em meio às perseguições de alguns professores e da direção. Porém, mesmo assim, sabendo da história de luta daqueles que por alí já tinham passado, insistimos em continuar. E fomos tocando o barco... vinha uma tempestade aqui, uma calmaria alí, e, no fim da gestão, percebemos que fomos os protagonistas de uma grande transformação. Os estudantes agora já não se sentiam tão desanimados, e muitos já estavam convencidos da necessidade da organização dos estudantes.

           Conseguimos conquistar muita coisa. Além de termos transformado aquela rotina pedante, agora a galera tem vontade de ir para escola, porque se sente parte dela e tem uma enorme energia para fazer, como nós chamávamos, a “ressuscitação do movimento estudantil no Elefante”. Conquistamos o passe livre estudantil e participamos de grandes passeatas que exigiam o investimento de 50% do fundo social na educação. As conquistas animaram ainda mais o pessoal, que agora vê que nossos sonhos podiam, de fato, se tornar realidade.

           Veio outra eleição de grêmio e, para nossa surpresa, três chapas foram escritas, com diversas propostas e com a certeza de que os estudantes tinham tomado a rédia da nossa história. O processo eleitoral foi caloroso e todo mundo se animou para confeccionar faixas, cartazes, bandeiras e conversar com os estudantes sobres as propostas. Nossa chapa foi eleita com 89% dos votos válidos e passamos a implantar um avançado projeto para fortalecer o movimento estudantil no CEMEB.

           Hoje nosso grêmio é considerado um dos grêmios de maior relevância política do Brasil. Tive a oportunidade de ser eleita, num processo eleitoral nacional em 2010, parlamentar juvenil, integrando o Parlamento Juvenil do Mercosul – PJM, representando o segmento estudantil do nosso país pelo Distrito Federal. Fomos para o Rio de Janeiro, passando pela África do Sul e por Montevidéu. Participamos de vários eventos no Brasil, de congressos e ajudamos a realizar grandes jornadas de luta para exigir que a educação assuma o seu devido papel: o de colocar o povo brasileiro à frente das mudanças do nosso país, de ser estruturante quando falamos de um mundo igual, com distribuição de renda e participação popular. Mas, talvez, o que tenha nos marcado mais seja a materialização de um projeto que nos deu a certeza que o mundo ainda está muito longe de ser justo e de que um novo mundo é possível.

Faça parte dessa luta também ! Organize seu grêmio estudantil e seja mais um protagonista dessa história !


"Correndo o risco de parecer ridículo, deixem-me dizer-lhes que o verdadeiro revolucionário é guiado por grandes sentimentos de amor." (Che Guevara)
Patrícia de Matos - Presidente do Grêmio


Encontro de Mulheres

28 de abril de 2011
4º Encontro de Mulheres Estudantes da UNE em Salvador reúne mais de 700 estudantes de todo o país


Durante o evento na Universidade Federal da Bahia (UFBA) temas como assistência estudantil, aborto e a inserção das mulheres na política foram debatidos pelas participantes que ao final redigiram a Carta das Mulheres Estudantes Brasileiras. Confira!

O 4º Encontro de Mulheres Estudantes da UNE reuniu entre os dias 21 e 24 de abril mais de 700 estudantes de todo o Brasil na Universidade Federal da Bahia (UFBA), campus Ondina em Salvador.  Com a temática “Ô abre alas que as mulheres vão passar”, o 4º EME tratou das históricas bandeiras de luta do movimento estudantil tendo como enfoque as mulheres estudantes.
Durante os quatro dias de encontro, temas como assistência na universidade, aborto e a inserção das mulheres na política foram debatidos. O público feminino presente no evento reafirmou a atualidade da luta das mulheres e o compromisso pela superação do patriarcado, do machismo, do racismo, homofobia e  lutando pela garantia de autonomia e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
“A luta contra o machismo é fundamental e atual. O Brasil ainda está distante de ser uma sociedade igual para mulheres e homens. Queremos mulheres na política e no poder! Chega de machismo na universidade! Viva a luta feminista!” afirmou o presidente da UNE Augusto Chagas que participou cerimônia de abertura do 4º EME.
No encontro foi defendida a necessidade da UNE incorporar em seu debate a reforma política e agregar entre suas principais tarefas estudantis a luta por creches universitárias em tempo integral, a destinação de 30% de cotas para as mulheres na diretoria executiva e no pleno da entidade e a luta pela legalização do aborto.

Reforma Política: mais mulheres nos espaços de decisão!
A luta por participação política das mulheres é a luta cotidiana das mulheres que foram historicamente colocadas nos espaços privados. A eleição da primeira Presidenta da República apresenta um novo cenário para a participação das mulheres nos espaços de poder. A reforma política em debate no Senado é de fundamental importância para garantir que as mulheres possam estar inseridas nos processos eleitorais de forma igualitária aos homens. Nesse sentido, as mulheres estudantes defendem a lista fechada com alternância de gênero e financiamento público de campanha que possibilitarão um avanço para o aumento da participação política das mulheres nos espaços de poder.

Campanha pela Legalização do Aborto
O 4º EME continuou reafirmando a defesa da legalização do aborto, como uma importante luta das mulheres. A Campanha pela Legalização do Aborto, aprovada em 2007, foi um importante instrumento para dar visibilidade ao debate e denunciar a opressão e o preconceito vividos pelas mulheres com a criminalização da prática do aborto. Os números do aborto no Brasil são alarmantes e são as jovens mulheres e negras que mais morrem em decorrência dessa ilegalidade. A partir da campanha, percebeu-se a necessidade do assunto ser abordado constantemente no movimento estudantil.  Portanto, as mulheres estudantes da UNE continuam defendendo a legalização do aborto e afirmando o direito das mulheres de decidirem sobre seus suas vidas e corpos.
Confira no Flickr da UNE, fotos das etapas estaduais e as imagens oficiais do 4º Encontro de Mulheres da UNE:http://migre.me/4nIwM


Carta das Mulheres Estudantes Brasileiras
Nós, mulheres reunidas no IV Encontro de Mulheres Estudantes da UNE, nos dias 21 e 24 de abril de 2011, afirmamos a atualidade da luta das mulheres e reafirmamos nosso compromisso com a luta pela superação do patriarcado, do machismo, do racismo e pela garantia da nossa autonomia e para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

As Mulheres transformando a universidade
A opressão das mulheres está presente no cotidiano de suas vidas. Tal opressão se estrutura a partir do espaço privado familiar e da divisão sexual do trabalho que organiza toda a estrutura social e impõe um modelo de existência eurocêntrica. Responsabiliza a mulher pelos afazeres domésticos, relacionados à limpeza, à cozinha, ao cuidado e à assistência às crianças, aos idosos e aos doentes; impõe a desvalorização e a sub-remuneração do trabalho feminino; desresponsabilizando o Estado destas tarefas coletivas, sobrecarregando as mulheres através da exploração pelo núcleo familiar. Nesse sentido, às mulheres cabe a reprodução e cuidado da sociedade.

Por outro lado, aos homens fica a responsabilidade do trabalho de produção valorizado, excluindo a mulher da participação política em nossa sociedade. Ainda hoje, somos minoria esmagadora nos espaços de decisão da sociedade, no parlamento, no legislativo e no executivo.

A violência contra a mulher também continua sendo uma realidade cotidiana, em especial na esfera doméstica. Naturaliza-se a violência psicológica, moral e a agressão física contra as mulheres. A questão da violência contra a mulher pode ser potencializada se, além de mulher, ela for lésbica, negra, pobre, migrante e portadora de deficiência.
A violência específica contra as lésbicas pode ser manifestada nos estupros corretivos, ausência de informação e métodos de proteção contra DSTs, impossibilidade de união estável com direitos plenos, enfim, ausência de políticas públicas específicas. A falta de visibilidade das lésbicas na sociedade corrobora com este cenário de descaso e negligência. Ignorar a existência das lésbicas é cercear nosso direito de lutar por nossa emancipação.

As mulheres negras ainda são aquelas que vivem uma realidade do trabalho informal e precarizado, principalmente dentro do trabalho doméstico, onde estas são a maioria. Destacamos ainda que apesar das políticas públicas como as cotas, terem inserido a população negra nesses espaços, as mulheres negras  ainda não possuem uma participação efetiva ,tendo portanto uma menor representação nos espaços do movimento estudantil,que representa uma realidade branca e de classe média. O sentido do IV EME acontecer na cidade do Salvador-BA cumpre o papel de colocar nos espaços do M.E. a realidade das mulheres negras na agenda das mulheres estudantes, hoje estas são a parcela das mulheres que vivem abaixo da linha da pobreza e que sofrem com os abortos ilegais e inseguros, além de engrossarem as estatísticas de desemprego e subempregos.

Acompanhamos uma contra ofensiva conservadora em todo o país. Um importante exemplo é como foram tratadas as mais importantes pautas do movimento feminista no processo eleitoral de 2010: a união civil de pessoas do mesmo sexo, o casamento civil igualitário e o aborto. Este especificamente foi tratado como algo a ser criminalizado ou apenas não debatido.


Em nenhum momento a maternidade é tratada como escolha, direito da mulher e autonomia sobre o próprio corpo. No Plano Nacional de Direitos Humanos III a discussão sobre o aborto foi suprimida, ignorando que esse debate fosse tratado como uma questão de saúde pública, fruto da pressão religiosa. A defesa do Estado laico é central para o movimento feminista.

Sabemos que o fato de sermos estudantes é fruto da luta de mulheres que vieram antes de nós e conquistaram o direito das mulheres à educação. As mulheres representam hoje 55% dos estudantes universitários, mas ainda é necessário romper preconceitos e discriminações sociais que concentram as mulheres em áreas do saber relacionadas ao que é tradicionalmente considerado feminino.

Nos espaços da universidade são recorrentes o constrangimento moral e o assédio sexual contra as estudantes, em especial durante as festas e atividades de recepção às e aos estudantes ingressantes. Acontecimentos como o desfile das bixetes, o rodeio das gordas, os trotes e as piadas com apelo sexual são lamentáveis e reproduzem a concepção machista da mulher como mero objeto de desejo.

Também nas universidades, temos muitos desafios, necessitamos de uma política de assistência estudantil específica para as mães estudantes, assim como a efetivação do direito a licença-maternidade para as estas. As reivindicações pelas melhorias na assistência estudantil passam também pela luta pelo aumento de verbas na educação pública. Está em disputa os rumos do Plano Nacional de Educação em âmbito federal. A luta pelos 10% do PIB para a educação publica também é nossa, indo de encontro aos recentes cortes na educação que atende a agenda conservadora no país.

A organização permanente das estudantes é fundamental, pois é ela que garante a incorporação das bandeiras feministas na agenda política do movimento estudantil e da universidade. Se há avanços, ainda há muito por fazer: mesmo nos espaços do movimento estudantil persistem situações de machismo e opressão. Os espaços políticos ainda são compostos majoritariamente por homens, e a luta e a militância das mulheres continua sendo colocada em segundo plano.

Nesse sentido, as mulheres da UNE entendem que a universidade não está deslocada do conjunto da sociedade e que na luta contra a opressão sexista é necessária a união destas às diversas instâncias dos movimentos sociais, entre elas o movimento negro, o movimento de mulheres do campo, as mulheres lésbicas, as mulheres indígenas.
Reforma Política: mais mulheres nos espaços de decisão!

A luta por mais participação política das mulheres é pungente. Mesmo que a eleição da primeira Presidenta da República mulher, tenha tido um impacto simbólico para nossa sociedade, sabemos que isso apenas não basta para mudar a vida das mulheres. Nosso debate parte da compreensão sobre as tarefas e desafios para a luta feminista. Portanto, o debate sobre Reforma Política em curso é de fundamental importância, garantindo que o processo termine com vitórias para as mulheres. Nesse sentido, a lista fechada com alternância de gênero e financiamento público de campanha são agendas comuns que possibilitarão um avanço para o aumento da participação política das mulheres nos espaços representativos.

O tema “Ô abre alas que a mulheres vão passar” deste IV EME coloca, para nós estudantes, o desafio de afirmar a nossa passagem, e chegada efetiva, nos espaços de decisão na sociedade e nos responsabiliza pela participação na luta de aprovarmos uma reforma política inclusiva em nosso país. Tendo em vista o acúmulo que tivemos neste IV EME onde destacamos mais uma vez, nossa luta pela desnaturalização do modelo de vida que a sociedade nos impõe com as atribuições e responsabilidades consideradas femininas que servem para nos encaminhar ao espaço privado, exigimos medidas efetivas para nossa garantia nos espaços públicos valorizados que tanto lutamos.

Para isso, é necessário que a UNE incida na discussão da reforma política de modo a defender a participação das mulheres nos espaços de decisão. Mas, também, que ela concretize na sua própria estrutura interna a participação efetiva das mulheres nos espaços de direção garantindo 30% de cotas para mulheres nas estruturas da entidade, assistência estudantil específica para as mulheres estudantes que garanta sua permanência na universidade.

Propomos a seguinte agenda feminista para a UNE no próximo período:

•         Reforma política: Mais Mulheres nos espaços de Decisão!
•         Por creches universitárias em tempo integral!
•         Cumprimento de 30% de cotas para mulheres na diretoria da UNE, na executiva e no pleno!
•         Legalização do aborto


SEM FEMINISMO NÃO HÁ SOCIALISMO!
As mulheres estudantes também lutam por:

» Garantia de creches e educação infantil em tempo integral;

» Pela criação do Plano Nacional de Assistência que contemple as casas de estudantes, que respeitem a questão de gênero e raça e as creches universitárias;

» Segurança feminina com treinamento específico 24 horas nos campi;

» Incorporação da questão de gênero nos currículos dos cursos de ensino superior;

» Educação não sexista, não racista e não homofóbica;

» Ofensiva de denúncia ao machismo na Universidade e no Movimento Estudantil;

» Fomento à produção de conhecimento sobre gênero;

» Incorporação de bandeiras do Movimento Estudantil, que afetam fortemente as mulheres, às pautas do movimento feminista, como 10% do PIB para a educação;

» 50% do Fundo Social para Educação;

» Por um PNE que inclua um recorte de gênero e raça;

» Erradicar o analfabetismo;

» Lutar pela igualdade salarial;

» Autonomia econômica das mulheres;

» Legalização do aborto;

» Fortalecer o EME entendendo ser este um espaço fundamental do Movimento estudantil;


Que as entidades do Movimento Estudantil se incorporem ao calendário unificado do Movimento Feminista:

8 de março – dia internacional de luta das mulheres

25 de maio – Dia da mulher negra latino-americana

25 de junho – dia de mobilização por uma educação não sexista

29 de agosto – dia da visibilidade lésbica

28 de setembro – dia de luta pela legalização do aborto

17 de outubro – dia de luta contra a pobreza entre as mulheres

20 de novembro – dia da consciência negra

25 de novembro – dia internacional de combate à violência contra as mulheres.
Salvador, Bahia, 24 de abril de 2011.

domingo, 24 de abril de 2011

“Educação tem que ser 10”

Seminário Nacional de Educação da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES)



O Seminário contará com a presença de mais de 300 estudantes do Brasil todo! Venha participar você também!

Local: CREA-DF – Endereço: SGAS QD. 901 Conjunto D – Asa Sul – Brasília-DF(Do lado do Galois)

Programação:

Dia 02/05 – Segunda Feira

09:00h – Conferencia de Abertura: “PNE 2010 – 2020 Educação tem que ser 10”

Ministério da Educação: Francisco das Chagas
Presidenta da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados: Fátima Bezerra
Presidente da Comissão de Educação do Senado:  Roberto Requião
Presidente da Comissão Especial do PNE na Câmara dos Deputados: Gastão Vieira
Relator do PNE na Câmara dos Deputados: Evandro Milhomen



12:40h – Almoço

14:00h – Mesa de Debate: Um novo Currículo para o Ensino Médio e a Educação em tempo Integral

Ministério da Educação (Secretaria de Educação Básica):
Campanha Nacional pelo Direito a Educação:
CONTEE: Madalena Guasco
Programa Mais Educação do MEC:


18:00h  - Jantar

19:00h – Mesa de Debate: Acesso e Permanência
 Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE):

INEP:
ANDIFES:
Parlamento Juvenil do MERCOSUL: Marcos Coutinho
UNEGRO:


03/05 - Terça Feira

09:00h – Mesa de Debate: Financiamento da Educação – 10% do PIB e 50% do Pré Sal para Educação.


Conselho Nacional de Educação:
Senador Inácio Arruda
Senador Aníbal Diniz
Federação Única dos Petroleiros (FUP) – Antonio Moraes 

12:40h – Almoço

14:00h – Mesa de Debate: O Ensino Técnico e o Desenvolvimento Nacional


Ministério Nacional de Educação: Ministro Fernando Haddad
CONIF -
CTB – Nivaldo Santana
Deputado Sibá Machado
Parlamento Juvenil do MERCOSUL: David dos Santos Farias
CUT - 
ETB(Escola Técnica de Brasília): André João


18:00h – Jantar

04/05 – Quarta-Feira
09:00h – Blitz na Câmara Federal

sábado, 23 de abril de 2011

Vestibular

Processo Classificatório para os Cursos Técnicos da ETB

Inscrições: de 25 a 29 de abril de 2011, das 9h às 20h, na ETB.
Documentação: RG ou CNH ou CT
Contribuição: R$ 10,00
Pré-requisito: ter concluído o Ensino Médio, ou similar ou estar cursando 2ª ou 3ª série do Ensino Médio ou similar.
Quadro de Vagas
Cursos
Matutino
Vespertino
Noturno
Eletrônica
60
60
60
Eletrotécnica
60
60
60
Informática
60
60
60
Telecomunicações
60
60
60

Realização das provas: 05/06/2011 (domingo)
Entrada de 08h:15m às 8h:45m.
Horário de início das provas: 9h
Horário de término das provas: 12h

Informações: (61) 3901-6767 ou www.etb.com.br
Endereço: QS 07 lotes 02/08 Av. Águas Claras – Vila Areal – Taguatinga-DF

Oriente

> O Estado de São Paulo, 18/04/2011 - São Paulo SP
Oriente vira a nova ‘disciplina’ escolar
Mariana Lenharo - Jornal da Tarde

         A região do Oriente já não cabe apenas nas aulas de história. Com as recentes revoluções populares no local, que começaram no Egito e provocaram uma reação em cadeia em várias nações árabes, ganhando a atenção do mundo todo, os colégios da capital passaram a investir em atividades focadas diretamente sobre esse tema para aproximá-lo dos alunos.
         No início do mês, o Tucarena foi palco de um debate sobre revoluções, guerras, religiões, preconceito e democracia. A plateia lotada, que não hesitava em expressar a grande diversidade de opiniões, era formada por alunos do ensino médio. O evento foi idealizado pelos professores de História, Geografia e Filosofia do Colégio São Domingos, em Perdizes, a partir da demanda crescente dos alunos por discussões sobre os países do Oriente.
        O professor Flávio Trovão, de História, explica que tudo foi feito para que os alunos compreendessem melhor o que está ocorrendo no mundo. “Além da questão do vestibular e do Enem - não tenho dúvidas de que é uma temática que vai ser abordada nos grandes exames desse ano - queremos que esses garotos vejam que somos um mundo em transformação constante”, afirma.
          Também o ensino médio do Colégio Dante Alighieri, do Jardim Paulista, participou de um módulo de palestras especialmente desenvolvido para discutir as questões orientais. “Começamos a fazer isso antes da queda do Mubarack (ditador egípcio). Tivemos debates semanais para atualizar o rumo que as revoluções tinham tomado. O último já abarcava as questões da Líbia”, conta o professor Roberto Diago, coordenador do Departamento de História, Sociologia e Filosofia. “Recebi um e-mail de um pai de aluno nos agradecendo por ele finalmente ter entendido os conflitos. Foi porque seu filho tinha explicado tudo”, conta. Redes sociais.
          Na opinião da professora Elisabeth Victoria Popp, das disciplinas de Geografia, Sociologia e Ética do Colégio Paulista (Copi), na Lapa, um dos fatores que mais despertou a atenção dos jovens para os movimentos populares orientais foi a ferramenta usada pelas nações daquela região para propagar a revolução: as redes sociais. 
          O colégio agendou até uma palestra especial sobre o assunto, em maio, com o jornalista Herbert Moraes, correspondente da Record no Oriente Médio, que acaba de voltar ao Brasil. O tema também entrou na disciplina de Geografia do 9º ano, na qual os alunos aprendem sobre globalização. Já no ensino médio, os conflitos foram estudados em Atualidades e em Ética. “Percebemos que na medida em que os jovens trazem para a escola informações sobre o que está acontecendo na sociedade, a escola consegue se abrir para isso e discutir essas questões com eles”, diz a professora.
          Já no Colégio Santo Américo, localizado no Butantã, a revolução do Egito foi tema do primeiro simulado do ano para os alunos do ensino médio. “É uma nova ordem que está se estabelecendo no Oriente e o aluno tem de estar antenado. Provavelmente, o assunto será tema de vários vestibulares”, acredita o professor de Geografia Rui Calaresi. De acordo com o educador, tem havido uma retomada por parte dos adolescentes no interesse a respeito das questões políticas e econômicas que se destacam na atualidade. 
           Evento multimídia torna a discussão mais atraente - Os alunos participaram de grande parte da organização do evento promovido pelo Colégio São Domingos no Tucarena: enquanto uma bancada coletava notícias dos jornais e da internet a respeito dos conflitos no Oriente, uma aluna postava no twitter atualizações sobre o evento. Outro estudante fazia desenhos ligados ao tema, que eram projetados no telão ao final de cada bloco de discussão e um colega grafitava em um painel o nome da atividade: ‘Oriente-se’.
          Além de compreender melhor as revoluções populares dos países árabes, os estudantes receberam um aula de debate. Ao mesmo tempo em que eram estimulados a expressar suas opiniões, eram orientados a fundamentá-las com argumentos sólidos. "Estamos discutindo se a revolução no Egito e na Líbia vai resultar na formação de uma democracia. Mas no Brasil a gente também não vive em uma democracia", disse um dos alunos. "Mas o que é a democracia para você?", replicou um dos professores. Pouco a pouco, as idéias começaram a surgir mais fundamentadas, com direito a paralelos com outros eventos históricos, como a 2ª Guerra Mundial, citações de entrevistas lidas no jornal e de documentários da TV. “Espero que eles olhem os conflitos e saibam que existe pessoas lutando e que eles fiquem mais conscientes de que a gente não pode ficar esperando as coisas acontecerem", diz o professor Flávio Trovão, de História. Ele explica que o evento tem como mérito o grande empenho em pesquisa exigido dos estudantes. “Alguns entrevistaram por e-mail uma repórter da agência Reuters, no Egito”, conta. De caráter multimídia, o evento contou ainda com a apresentação de vídeos editados pelos próprios estudantes com imagens de arquivo colhidas no Youtube. Houve também algumas apresentações musicais.

Financiamento

''País não investe o suficiente em pré-escola''

ENTREVISTA - economista e especialista em educação
Mariana Mandelli




           A legislação brasileira define que, até 2016, todas as crianças com idades entre 4 e 17 anos devem estar na escola - antes, apenas o ensino fundamental, que vai de 6 a 14 anos, era obrigatório. O Brasil, no entanto, ainda está longe de investir recursos suficientes na fase inicial da educação, a pré-escola, afirma o pesquisador em educação Ernesto Martins Faria. Essa é uma das conclusões de Lições em Educação:                                                          

          Parte I - Pré-Escola e Fluxo Escolar Adequado, levantamento que fez com base no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) - coordenado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que mede o desempenho escolar dos estudantes de 65  nações, entre membros da própria organização e países convidados. De acordo com a pesquisa de Faria, enquanto no Brasil a média de alunos que nunca frequentou a pré-escola é de 19,94%, entre os países da OCDE esse valor cai para 8,39%. A pesquisa conta com comentários de especialistas em educação.
           Por que o Brasil está tão abaixo da média dos países da OCDE?
       O grupo de países que compõem a OCDE é um grupo bom, com uma boa média. Mais de 90% dos jovens que estudam nessas nações cursaram a pré-escola. Os dados mostram que não estamos caminhando como deveríamos. A cultura de pré-escola ainda é recente no Brasil. Ainda não nos atentamos devidamente a isso.
          Por que é tão importante o aluno frequentar a pré-escola?
        A pré-escola ajuda a criança de classe mais baixa - que normalmente tem pais com baixa escolaridade e, por essa razão, aprende menos nos primeiros anos de vida - a corrigir essa defasagem quando ingressar no ensino fundamental. Além disso, para a escola de fundamental, a dificuldade em trabalhar com a criança que chega defasada é muito maior, porque o colégio tem de saber lidar com o básico que a criança não sabe, além de oferecer o currículo tradicional. É mais viável financeiramente oferecer a pré-escola do que tentar corrigir depois o tempo perdido.
         Por que ainda não enxergamos isso?
       Os gastos com educação no Brasil aumentaram consideravelmente nos últimos anos. No entanto, a atenção foi dada àquilo que era obrigatório por lei - o ensino fundamental. É muito difícil mudar uma situação estagnada há tanto tempo de uma hora para outra.
           Na sua opinião, qual é a solução para aumentar a pré-escola no País?
       Os dados têm mostrado que atualmente os gastos não são suficientes para atender toda a demanda. Por isso, é fundamental aumentá-los. Educação é investimento e precisamos entender isso. Ela tem de ser levada a sério como instrumento para acabar com a exclusão social. O aluno que frequenta a pré-escola chega mais preparado para cursar o ensino fundamental. Além disso, cursá-la tem um impacto na escolaridade média. Temos que cortar o mal pela raiz.

Escolas públicas

> Correio Braziliense, 18/04/2011 - Brasília DF
Estados e municípios podem financiar computadores portáteis para alunos de escolas públicas
Agência Brasil





        A Caixa Econômica Federal está oferecendo uma linha de financiamento para que estados e municípios comprem computadores portáteis que serão usados por estudantes de escolas públicas de todo o país. São equipamentos com conteúdos pedagógicos, que auxiliam o processo de ensino eaprendizagem dos alunos matriculados na educação básica. O crédito faz parte do Programa Um Computador por Aluno (Prouca), uma iniciativa da Presidência da República, com coordenação do Ministério da Educação.
           O programa objetiva a inclusão digital, destinando laptops aos estudantes das escolas públicas de todo o país. O Pouca conta com recursos de R$ 100 milhões e os interessados no financiamento podem obter informações sobre o programa no site. 

Comunidade

> Portal G1, 18/04/2011
Para educadores, participação da comunidade pode diminuir violência
Comissão de Direitos Humanos do Senado debateu a tragédia de Realengo. Onze dias após o massacre de 12 crianças, alunos voltam à escola no Rio
Robson Bonin do G1, em Brasília

           No dia em que os alunos da Escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, retomam a rotina, a Comissão de Direitos Humanos do Senado debateu nesta segunda-feira (18) a violência crescente nas instituições de ensino no país. Especialistas de ensino concluíram que a melhor forma de evitar novas tragédias é abrir os portões das escolas brasileiras para a comunidade. No dia 7 de abril o assassino Wellington Menezes de Oliveira, de 24 anos, invadiu a escola da Zona Oeste do Rio e tirou a vida de 12 crianças, antes de se matar.
            Durante a audiência, que durou pouco mais de três horas, especialistas em psiquiatria, em psicanálise e educadores concordaram que dificultar o acesso às instituições de ensino não seria a melhor forma de lidar com o problema da violência. A comunidade, na avaliação dos educadores, tem uma chance maior de evitar perigos crescentes nas escolas como o bullying, por exemplo, participando ativamente da rotina das instituições de ensino.

           Na avaliação dos convidados para a discussão, coordenada pelo presidente da comissão, senado Paulo Paim (PT-RS), a escola é a instituição pública mais democrática do país e, por essa característica, reflete nos seu interior os mesmos problemas ocorridos na sociedade. “Nós não vamos ao hospital, ao posto de saúde todos os dias, nós não vamos à empresa de telefonia todos os dias, mas diariamente as pessoas estão na escola. A escola é o espaço de maior convivência”, avaliou Antônio de Lisboa, representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

           O presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Yann Evanovick, criticou a conduta dos representantes políticos que “cultivam o ódio” na sociedade ao abordarem temas relacionados ao racismo e homofobia. Já a diretora do Sindicato dos Professores do Distrito Federal, Rosilene Correa, criticou a onda de medidas desencadeadas na esteira do massacre de Realengo e comemorou o fato de a audiência ter sido marcada antes da tragédia no Rio: “Fiquei muito feliz de saber que essa audiência já estava marcada antes da tragédia ocorrida no Rio. A segurança nas escolas é um tema que precisa ser debatido de forma coletiva sempre.”

           O presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Antônio Geraldo, criticou a forma como a mídia tratou o caso de Realengo. De maneira geral, a exemplo de Geraldo, todos os convidados concordaram que a abordagem da mídia foi “exagerada” e acabou difundindo a ação do assassino de Realengo na sociedade. “A mídia alimenta violência na escola com as coberturas sobre tragédias”, avaliou Lisboa. Passados 11 dias da tragédia, os estudantes da Escola municipal Tasso da Silveira retornam ao local a partir das 13h desta segunda para iniciar o trabalho de readaptação. Nos primeiros dias, a previsão é de que eles participem apenas de atividades lúdicas, como arte-terapia e pintura e poesia, para aliviar o trauma provocado pelo crime. As aulas deverão ser retomadas gradativamente em até três semanas.

Ensino a distância

> Hoje em Dia, 14/04/2011 - Belo Horizonte MG
Tutor toma lugar de professor no ensino a distância
Falta de regulamentação da relação trabalhista no ensino a distância prejudica o profissional e a qualidade da educação
Rogério Wagner Mendes

           A falta de regulamentação das relações trabalhistas entre professores e instituições de ensino a distância coloca em risco a qualidade dos cursos e torna precária a atividade profissional dos educadores.
           Apesar de o ensino a distância ter sido regulamentado pelo Ministério da Educação (MEC), não existe hoje, em Minas Gerais, nenhuma legislação específica para tratar das questões trabalhistas, discussão que veio à tona no mês passado, durante a paralisação dos docentes. De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro), Marco Eliel de Carvalho, a falta de regulamentação das relações trabalhistas criou a figura do tutor, não obrigatoriamente um professor, que atende os alunos do ensino a distância. “O profissional docente é professor e não tutor, como quer a iniciativa privada e permite a legislação que trata do ensino a distância. Tutor descaracteriza o profissional dentro da relação trabalhista”,explica.
           Situação vivida pela professora Maria de Lourdes Coelho, contratada por uma instituição de ensino como tutora, função que a vincula ao Sindicato dos Trabalhadores em Instituições de Ensino e não ao Sindicato dos Professores. “Fui contratada como pessoa jurídica, prestadora de serviços, na função de tutora. E sendo submetida a uma legislação diferente da dos professores. Como tutor, o profissional recebe menos e tem que trabalhar muito mais”, afirma.                                                       
           A situação incomoda até mesmo o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinep). “A regulamentação das relações trabalhistas viria para resguardar tanto os professores quanto as instituições. Há aquelas que se aproveitam da falta de regulamentação e exploram os profissionais, o que provoca uma concorrência desleal”, ressalta o presidente do Sinep, Emiro Barbini.
           O MEC reconhece o problema, mas informa que a regulamentação da relação trabalhista foge de sua área de atuação. Uma legislação clara para a questão é cobrada pelos professores e consta da pauta de reivindicações da categoria protocolada no Ministério Público do Trabalho em Minas Gerais, onde o assunto ainda espera para ser discutido.

           Aulas via internet reduzem carga horária presencial - O ensino a distância já é oferecido no Brasil há uma década, mas ainda provoca muita discussão sobre a qualidade. E agora começa a ser adotado também nos cursos presenciais, uma vez que o Ministério da Educação autoriza que até 20% das disciplinas sejam oferecidos na modalidade a distância. Como outros 20% podem ser em atividades extraclasse, como palestras, visitas técnicas ou trabalhos de campo, um estudante que entra em uma instituição de ensino presencial pode ter apenas 60% do total de aulas previstas realmente em sala. “Hoje existe um acesso muito grande à informática e a tendência é que todos os cursos presenciais tenham 20% na modalidade a distância. Mas é preciso deixar claro que, nas instituições sérias, não há qualquer prejuízo de conteúdo para o estudante”, afirma o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinep), Emiro Barbini.

           Só que os professores têm uma visão diferente. “É uma descaracterização do ensino presencial. O aluno é enganado, mas muitas vezes não tem consciência de que isto está acontecendo. Assim, as escolas reduzem seus custos, com queda da qualidade”, diz o presidente do Sindicato dos Professores (Sinpro), Marco Eliel de Carvalho. Aluno de um curso de especialização do ensino a distância em Belo Horizonte, o analista de sistemas Eric Roberto Guimarães, que mora na Bahia, acredita que a qualidade está ligada ao envolvimento do estudante. “Temos dois encontros presenciais por semestre. Mas é preciso entrar no site todos os dias e manter contato permanente com os professores. O interessado é o estudante que quer aprender”, diz.

Dia da Educação

> Gazeta de Cuiabá, 20/04/2011 - Cuiabá MT
João da Costa Vital

           Na próxima segunda-feira - 25 de abril - é comemorado o Dia da Educação. Há o que comemorar? A data, certamente, tem lá seus motivos de comemoração, tal como a redução do analfabetismo nos últimos 15 anos - governos de FHC e Lula - e a classificação do nosso país com a nota 4,5 do ensino básico, um pouco distante dos chamados países desenvolvidos onde a média é nota 6,0. Mas já caminhamos bem nos últimos anos. Por outro lado, porém, há muito a ser refletido sobre os caminhos da Educação no Brasil.
           A humanidade está inserida num processo acelerado de mudanças. Estamos vivendo uma era onde a Educação e a informação têm papel central. Houve um aumento na velocidade da produção do conhecimento que, por sinal, se espalha aos quatro cantos do mundo. No mundo pós-moderno, uma teoria verdadeira não é mais do que uma hipótese que resistiu, até o momento, a todo esforço. Para refutá-la; leis físicas tão-somente traduzem no Brasil, na verdade, apenas no campo das possibilidades ou probabilidades de propiciar a universalização da Educação. Não é real, palpável.
           Com o crescimento econômico experimentado no governo Lula, empresas industriais e de prestação de serviços de alta sofisticação tem buscado técnicos de outros países, pois a Educação no Brasil se preocupa com quantidade e não qualidade. Ambas são necessárias a um País que busca competitividade.
           A escola, no Brasil, precisa acompanhar a velocidade com que avança o conhecimento, a tecnologia e a economia no mundo. O governo brasileiro precisa assumir a responsabilidade com a construção de um país onde não haja ruptura da espécie humana. Os ensinos básico e médio públicos é uma necessidade social imediata. Para elevar o nível cultural da população, o investimento em Educação tem que ser mais equitativa. Se gasta muito com as instituições de ensino superior e de menos com o ensino básico. As deficiências, portanto, não se devam exatamente à sempre alegada falta de verbas, mas, sim, a um conjunto de fatores, incluindo-se a falta de competente planejamento para gastá-la bem.
           O Brasil é o segundo país do mundo que, nos últimos 16 anos, mais investe em educação proporcionalmente aos gastos totais do governo, ficando atrás do México e à frente até dos EUA.
           É notório de que uma área em que temos piorado muito é em educação básica. Há quarenta anos a escola pública tinha uma qualidade muito superior à que se apresenta nos dias atuais. O problema, à época, era o inverso de hoje - a quantidade -, mas a qualidade da formação era, indubitavelmente, mais elevada. Lembro-me que tive colegas na escola pública que iam descalços para as aulas, pois suas famílias não tinham recursos.
           Hoje, graças ao ensino público básico de qualidade daquela época, aqueles meninos pobres se formaram médicos, advogados, e moram em condomínios fechados de luxo. Não seria exagero dizer que são raros os ângulos de análise que permitam uma visão animadora do cenário e dos rumos da educação brasileira. O poder público precisa investir mais na educação básica, sem isso não haverá qualidade de profissionais de nível superior, impossibilitando-se a criação de capital humano apto a sustentar o desenvolvimento do Brasil.