sábado, 23 de abril de 2011

Vestibular

Processo Classificatório para os Cursos Técnicos da ETB

Inscrições: de 25 a 29 de abril de 2011, das 9h às 20h, na ETB.
Documentação: RG ou CNH ou CT
Contribuição: R$ 10,00
Pré-requisito: ter concluído o Ensino Médio, ou similar ou estar cursando 2ª ou 3ª série do Ensino Médio ou similar.
Quadro de Vagas
Cursos
Matutino
Vespertino
Noturno
Eletrônica
60
60
60
Eletrotécnica
60
60
60
Informática
60
60
60
Telecomunicações
60
60
60

Realização das provas: 05/06/2011 (domingo)
Entrada de 08h:15m às 8h:45m.
Horário de início das provas: 9h
Horário de término das provas: 12h

Informações: (61) 3901-6767 ou www.etb.com.br
Endereço: QS 07 lotes 02/08 Av. Águas Claras – Vila Areal – Taguatinga-DF

Oriente

> O Estado de São Paulo, 18/04/2011 - São Paulo SP
Oriente vira a nova ‘disciplina’ escolar
Mariana Lenharo - Jornal da Tarde

         A região do Oriente já não cabe apenas nas aulas de história. Com as recentes revoluções populares no local, que começaram no Egito e provocaram uma reação em cadeia em várias nações árabes, ganhando a atenção do mundo todo, os colégios da capital passaram a investir em atividades focadas diretamente sobre esse tema para aproximá-lo dos alunos.
         No início do mês, o Tucarena foi palco de um debate sobre revoluções, guerras, religiões, preconceito e democracia. A plateia lotada, que não hesitava em expressar a grande diversidade de opiniões, era formada por alunos do ensino médio. O evento foi idealizado pelos professores de História, Geografia e Filosofia do Colégio São Domingos, em Perdizes, a partir da demanda crescente dos alunos por discussões sobre os países do Oriente.
        O professor Flávio Trovão, de História, explica que tudo foi feito para que os alunos compreendessem melhor o que está ocorrendo no mundo. “Além da questão do vestibular e do Enem - não tenho dúvidas de que é uma temática que vai ser abordada nos grandes exames desse ano - queremos que esses garotos vejam que somos um mundo em transformação constante”, afirma.
          Também o ensino médio do Colégio Dante Alighieri, do Jardim Paulista, participou de um módulo de palestras especialmente desenvolvido para discutir as questões orientais. “Começamos a fazer isso antes da queda do Mubarack (ditador egípcio). Tivemos debates semanais para atualizar o rumo que as revoluções tinham tomado. O último já abarcava as questões da Líbia”, conta o professor Roberto Diago, coordenador do Departamento de História, Sociologia e Filosofia. “Recebi um e-mail de um pai de aluno nos agradecendo por ele finalmente ter entendido os conflitos. Foi porque seu filho tinha explicado tudo”, conta. Redes sociais.
          Na opinião da professora Elisabeth Victoria Popp, das disciplinas de Geografia, Sociologia e Ética do Colégio Paulista (Copi), na Lapa, um dos fatores que mais despertou a atenção dos jovens para os movimentos populares orientais foi a ferramenta usada pelas nações daquela região para propagar a revolução: as redes sociais. 
          O colégio agendou até uma palestra especial sobre o assunto, em maio, com o jornalista Herbert Moraes, correspondente da Record no Oriente Médio, que acaba de voltar ao Brasil. O tema também entrou na disciplina de Geografia do 9º ano, na qual os alunos aprendem sobre globalização. Já no ensino médio, os conflitos foram estudados em Atualidades e em Ética. “Percebemos que na medida em que os jovens trazem para a escola informações sobre o que está acontecendo na sociedade, a escola consegue se abrir para isso e discutir essas questões com eles”, diz a professora.
          Já no Colégio Santo Américo, localizado no Butantã, a revolução do Egito foi tema do primeiro simulado do ano para os alunos do ensino médio. “É uma nova ordem que está se estabelecendo no Oriente e o aluno tem de estar antenado. Provavelmente, o assunto será tema de vários vestibulares”, acredita o professor de Geografia Rui Calaresi. De acordo com o educador, tem havido uma retomada por parte dos adolescentes no interesse a respeito das questões políticas e econômicas que se destacam na atualidade. 
           Evento multimídia torna a discussão mais atraente - Os alunos participaram de grande parte da organização do evento promovido pelo Colégio São Domingos no Tucarena: enquanto uma bancada coletava notícias dos jornais e da internet a respeito dos conflitos no Oriente, uma aluna postava no twitter atualizações sobre o evento. Outro estudante fazia desenhos ligados ao tema, que eram projetados no telão ao final de cada bloco de discussão e um colega grafitava em um painel o nome da atividade: ‘Oriente-se’.
          Além de compreender melhor as revoluções populares dos países árabes, os estudantes receberam um aula de debate. Ao mesmo tempo em que eram estimulados a expressar suas opiniões, eram orientados a fundamentá-las com argumentos sólidos. "Estamos discutindo se a revolução no Egito e na Líbia vai resultar na formação de uma democracia. Mas no Brasil a gente também não vive em uma democracia", disse um dos alunos. "Mas o que é a democracia para você?", replicou um dos professores. Pouco a pouco, as idéias começaram a surgir mais fundamentadas, com direito a paralelos com outros eventos históricos, como a 2ª Guerra Mundial, citações de entrevistas lidas no jornal e de documentários da TV. “Espero que eles olhem os conflitos e saibam que existe pessoas lutando e que eles fiquem mais conscientes de que a gente não pode ficar esperando as coisas acontecerem", diz o professor Flávio Trovão, de História. Ele explica que o evento tem como mérito o grande empenho em pesquisa exigido dos estudantes. “Alguns entrevistaram por e-mail uma repórter da agência Reuters, no Egito”, conta. De caráter multimídia, o evento contou ainda com a apresentação de vídeos editados pelos próprios estudantes com imagens de arquivo colhidas no Youtube. Houve também algumas apresentações musicais.

Financiamento

''País não investe o suficiente em pré-escola''

ENTREVISTA - economista e especialista em educação
Mariana Mandelli




           A legislação brasileira define que, até 2016, todas as crianças com idades entre 4 e 17 anos devem estar na escola - antes, apenas o ensino fundamental, que vai de 6 a 14 anos, era obrigatório. O Brasil, no entanto, ainda está longe de investir recursos suficientes na fase inicial da educação, a pré-escola, afirma o pesquisador em educação Ernesto Martins Faria. Essa é uma das conclusões de Lições em Educação:                                                          

          Parte I - Pré-Escola e Fluxo Escolar Adequado, levantamento que fez com base no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) - coordenado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que mede o desempenho escolar dos estudantes de 65  nações, entre membros da própria organização e países convidados. De acordo com a pesquisa de Faria, enquanto no Brasil a média de alunos que nunca frequentou a pré-escola é de 19,94%, entre os países da OCDE esse valor cai para 8,39%. A pesquisa conta com comentários de especialistas em educação.
           Por que o Brasil está tão abaixo da média dos países da OCDE?
       O grupo de países que compõem a OCDE é um grupo bom, com uma boa média. Mais de 90% dos jovens que estudam nessas nações cursaram a pré-escola. Os dados mostram que não estamos caminhando como deveríamos. A cultura de pré-escola ainda é recente no Brasil. Ainda não nos atentamos devidamente a isso.
          Por que é tão importante o aluno frequentar a pré-escola?
        A pré-escola ajuda a criança de classe mais baixa - que normalmente tem pais com baixa escolaridade e, por essa razão, aprende menos nos primeiros anos de vida - a corrigir essa defasagem quando ingressar no ensino fundamental. Além disso, para a escola de fundamental, a dificuldade em trabalhar com a criança que chega defasada é muito maior, porque o colégio tem de saber lidar com o básico que a criança não sabe, além de oferecer o currículo tradicional. É mais viável financeiramente oferecer a pré-escola do que tentar corrigir depois o tempo perdido.
         Por que ainda não enxergamos isso?
       Os gastos com educação no Brasil aumentaram consideravelmente nos últimos anos. No entanto, a atenção foi dada àquilo que era obrigatório por lei - o ensino fundamental. É muito difícil mudar uma situação estagnada há tanto tempo de uma hora para outra.
           Na sua opinião, qual é a solução para aumentar a pré-escola no País?
       Os dados têm mostrado que atualmente os gastos não são suficientes para atender toda a demanda. Por isso, é fundamental aumentá-los. Educação é investimento e precisamos entender isso. Ela tem de ser levada a sério como instrumento para acabar com a exclusão social. O aluno que frequenta a pré-escola chega mais preparado para cursar o ensino fundamental. Além disso, cursá-la tem um impacto na escolaridade média. Temos que cortar o mal pela raiz.

Escolas públicas

> Correio Braziliense, 18/04/2011 - Brasília DF
Estados e municípios podem financiar computadores portáteis para alunos de escolas públicas
Agência Brasil





        A Caixa Econômica Federal está oferecendo uma linha de financiamento para que estados e municípios comprem computadores portáteis que serão usados por estudantes de escolas públicas de todo o país. São equipamentos com conteúdos pedagógicos, que auxiliam o processo de ensino eaprendizagem dos alunos matriculados na educação básica. O crédito faz parte do Programa Um Computador por Aluno (Prouca), uma iniciativa da Presidência da República, com coordenação do Ministério da Educação.
           O programa objetiva a inclusão digital, destinando laptops aos estudantes das escolas públicas de todo o país. O Pouca conta com recursos de R$ 100 milhões e os interessados no financiamento podem obter informações sobre o programa no site. 

Comunidade

> Portal G1, 18/04/2011
Para educadores, participação da comunidade pode diminuir violência
Comissão de Direitos Humanos do Senado debateu a tragédia de Realengo. Onze dias após o massacre de 12 crianças, alunos voltam à escola no Rio
Robson Bonin do G1, em Brasília

           No dia em que os alunos da Escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, retomam a rotina, a Comissão de Direitos Humanos do Senado debateu nesta segunda-feira (18) a violência crescente nas instituições de ensino no país. Especialistas de ensino concluíram que a melhor forma de evitar novas tragédias é abrir os portões das escolas brasileiras para a comunidade. No dia 7 de abril o assassino Wellington Menezes de Oliveira, de 24 anos, invadiu a escola da Zona Oeste do Rio e tirou a vida de 12 crianças, antes de se matar.
            Durante a audiência, que durou pouco mais de três horas, especialistas em psiquiatria, em psicanálise e educadores concordaram que dificultar o acesso às instituições de ensino não seria a melhor forma de lidar com o problema da violência. A comunidade, na avaliação dos educadores, tem uma chance maior de evitar perigos crescentes nas escolas como o bullying, por exemplo, participando ativamente da rotina das instituições de ensino.

           Na avaliação dos convidados para a discussão, coordenada pelo presidente da comissão, senado Paulo Paim (PT-RS), a escola é a instituição pública mais democrática do país e, por essa característica, reflete nos seu interior os mesmos problemas ocorridos na sociedade. “Nós não vamos ao hospital, ao posto de saúde todos os dias, nós não vamos à empresa de telefonia todos os dias, mas diariamente as pessoas estão na escola. A escola é o espaço de maior convivência”, avaliou Antônio de Lisboa, representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

           O presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Yann Evanovick, criticou a conduta dos representantes políticos que “cultivam o ódio” na sociedade ao abordarem temas relacionados ao racismo e homofobia. Já a diretora do Sindicato dos Professores do Distrito Federal, Rosilene Correa, criticou a onda de medidas desencadeadas na esteira do massacre de Realengo e comemorou o fato de a audiência ter sido marcada antes da tragédia no Rio: “Fiquei muito feliz de saber que essa audiência já estava marcada antes da tragédia ocorrida no Rio. A segurança nas escolas é um tema que precisa ser debatido de forma coletiva sempre.”

           O presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Antônio Geraldo, criticou a forma como a mídia tratou o caso de Realengo. De maneira geral, a exemplo de Geraldo, todos os convidados concordaram que a abordagem da mídia foi “exagerada” e acabou difundindo a ação do assassino de Realengo na sociedade. “A mídia alimenta violência na escola com as coberturas sobre tragédias”, avaliou Lisboa. Passados 11 dias da tragédia, os estudantes da Escola municipal Tasso da Silveira retornam ao local a partir das 13h desta segunda para iniciar o trabalho de readaptação. Nos primeiros dias, a previsão é de que eles participem apenas de atividades lúdicas, como arte-terapia e pintura e poesia, para aliviar o trauma provocado pelo crime. As aulas deverão ser retomadas gradativamente em até três semanas.

Ensino a distância

> Hoje em Dia, 14/04/2011 - Belo Horizonte MG
Tutor toma lugar de professor no ensino a distância
Falta de regulamentação da relação trabalhista no ensino a distância prejudica o profissional e a qualidade da educação
Rogério Wagner Mendes

           A falta de regulamentação das relações trabalhistas entre professores e instituições de ensino a distância coloca em risco a qualidade dos cursos e torna precária a atividade profissional dos educadores.
           Apesar de o ensino a distância ter sido regulamentado pelo Ministério da Educação (MEC), não existe hoje, em Minas Gerais, nenhuma legislação específica para tratar das questões trabalhistas, discussão que veio à tona no mês passado, durante a paralisação dos docentes. De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro), Marco Eliel de Carvalho, a falta de regulamentação das relações trabalhistas criou a figura do tutor, não obrigatoriamente um professor, que atende os alunos do ensino a distância. “O profissional docente é professor e não tutor, como quer a iniciativa privada e permite a legislação que trata do ensino a distância. Tutor descaracteriza o profissional dentro da relação trabalhista”,explica.
           Situação vivida pela professora Maria de Lourdes Coelho, contratada por uma instituição de ensino como tutora, função que a vincula ao Sindicato dos Trabalhadores em Instituições de Ensino e não ao Sindicato dos Professores. “Fui contratada como pessoa jurídica, prestadora de serviços, na função de tutora. E sendo submetida a uma legislação diferente da dos professores. Como tutor, o profissional recebe menos e tem que trabalhar muito mais”, afirma.                                                       
           A situação incomoda até mesmo o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinep). “A regulamentação das relações trabalhistas viria para resguardar tanto os professores quanto as instituições. Há aquelas que se aproveitam da falta de regulamentação e exploram os profissionais, o que provoca uma concorrência desleal”, ressalta o presidente do Sinep, Emiro Barbini.
           O MEC reconhece o problema, mas informa que a regulamentação da relação trabalhista foge de sua área de atuação. Uma legislação clara para a questão é cobrada pelos professores e consta da pauta de reivindicações da categoria protocolada no Ministério Público do Trabalho em Minas Gerais, onde o assunto ainda espera para ser discutido.

           Aulas via internet reduzem carga horária presencial - O ensino a distância já é oferecido no Brasil há uma década, mas ainda provoca muita discussão sobre a qualidade. E agora começa a ser adotado também nos cursos presenciais, uma vez que o Ministério da Educação autoriza que até 20% das disciplinas sejam oferecidos na modalidade a distância. Como outros 20% podem ser em atividades extraclasse, como palestras, visitas técnicas ou trabalhos de campo, um estudante que entra em uma instituição de ensino presencial pode ter apenas 60% do total de aulas previstas realmente em sala. “Hoje existe um acesso muito grande à informática e a tendência é que todos os cursos presenciais tenham 20% na modalidade a distância. Mas é preciso deixar claro que, nas instituições sérias, não há qualquer prejuízo de conteúdo para o estudante”, afirma o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinep), Emiro Barbini.

           Só que os professores têm uma visão diferente. “É uma descaracterização do ensino presencial. O aluno é enganado, mas muitas vezes não tem consciência de que isto está acontecendo. Assim, as escolas reduzem seus custos, com queda da qualidade”, diz o presidente do Sindicato dos Professores (Sinpro), Marco Eliel de Carvalho. Aluno de um curso de especialização do ensino a distância em Belo Horizonte, o analista de sistemas Eric Roberto Guimarães, que mora na Bahia, acredita que a qualidade está ligada ao envolvimento do estudante. “Temos dois encontros presenciais por semestre. Mas é preciso entrar no site todos os dias e manter contato permanente com os professores. O interessado é o estudante que quer aprender”, diz.

Dia da Educação

> Gazeta de Cuiabá, 20/04/2011 - Cuiabá MT
João da Costa Vital

           Na próxima segunda-feira - 25 de abril - é comemorado o Dia da Educação. Há o que comemorar? A data, certamente, tem lá seus motivos de comemoração, tal como a redução do analfabetismo nos últimos 15 anos - governos de FHC e Lula - e a classificação do nosso país com a nota 4,5 do ensino básico, um pouco distante dos chamados países desenvolvidos onde a média é nota 6,0. Mas já caminhamos bem nos últimos anos. Por outro lado, porém, há muito a ser refletido sobre os caminhos da Educação no Brasil.
           A humanidade está inserida num processo acelerado de mudanças. Estamos vivendo uma era onde a Educação e a informação têm papel central. Houve um aumento na velocidade da produção do conhecimento que, por sinal, se espalha aos quatro cantos do mundo. No mundo pós-moderno, uma teoria verdadeira não é mais do que uma hipótese que resistiu, até o momento, a todo esforço. Para refutá-la; leis físicas tão-somente traduzem no Brasil, na verdade, apenas no campo das possibilidades ou probabilidades de propiciar a universalização da Educação. Não é real, palpável.
           Com o crescimento econômico experimentado no governo Lula, empresas industriais e de prestação de serviços de alta sofisticação tem buscado técnicos de outros países, pois a Educação no Brasil se preocupa com quantidade e não qualidade. Ambas são necessárias a um País que busca competitividade.
           A escola, no Brasil, precisa acompanhar a velocidade com que avança o conhecimento, a tecnologia e a economia no mundo. O governo brasileiro precisa assumir a responsabilidade com a construção de um país onde não haja ruptura da espécie humana. Os ensinos básico e médio públicos é uma necessidade social imediata. Para elevar o nível cultural da população, o investimento em Educação tem que ser mais equitativa. Se gasta muito com as instituições de ensino superior e de menos com o ensino básico. As deficiências, portanto, não se devam exatamente à sempre alegada falta de verbas, mas, sim, a um conjunto de fatores, incluindo-se a falta de competente planejamento para gastá-la bem.
           O Brasil é o segundo país do mundo que, nos últimos 16 anos, mais investe em educação proporcionalmente aos gastos totais do governo, ficando atrás do México e à frente até dos EUA.
           É notório de que uma área em que temos piorado muito é em educação básica. Há quarenta anos a escola pública tinha uma qualidade muito superior à que se apresenta nos dias atuais. O problema, à época, era o inverso de hoje - a quantidade -, mas a qualidade da formação era, indubitavelmente, mais elevada. Lembro-me que tive colegas na escola pública que iam descalços para as aulas, pois suas famílias não tinham recursos.
           Hoje, graças ao ensino público básico de qualidade daquela época, aqueles meninos pobres se formaram médicos, advogados, e moram em condomínios fechados de luxo. Não seria exagero dizer que são raros os ângulos de análise que permitam uma visão animadora do cenário e dos rumos da educação brasileira. O poder público precisa investir mais na educação básica, sem isso não haverá qualidade de profissionais de nível superior, impossibilitando-se a criação de capital humano apto a sustentar o desenvolvimento do Brasil.